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Nepal visa revolução no uso das energias renováveis com novo projeto

Por Da Redação
23 dez 2011, 09h08

Manesh Shrestha.

Katmandu, 23 dez (EFE).- O Nepal lançou seu primeiro projeto para gerar eletricidade com um sistema híbrido eólico-solar depois que a anterior experiência desenvolvida no setor das energias renováveis fracassou perante ao forte vento do Himalaia.

O cenário escolhido desta vez será o leste nepalês, isso depois que a instalação de turbinas eólicas não conseguiu obter sucesso no norte, em 1989. Na ocasião, em seis meses, a estrutura do projeto ficou completamente destroçada pelas fortes correntes de ar que descem da cordilheira, considerada o teto do mundo.

O objetivo da nova iniciativa é produzir 12 quilowatts diários usando turbinas eólicas e painéis solares para fornecer de eletricidade à população de Dahubadi, formada por 400 habitantes, que consideram este novo projeto uma verdadeira revolução.

‘Agora podemos ver televisão e carregar os telefones celulares quando quisermos, além de nossos filhos poderem estudar no período da noite’, comentou à Agência Efe Padam Bhadur Rã Magar, um morador do povoado, que exaltou a importância do projeto.

Até o momento, a principal fonte de energia dos moradores de Dahubadi era o querosene, sendo que os habitantes eram obrigados a percorrerem uma distância de 27 quilômetros para poderem comprar o produto e abastecerem suas casas.

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Quando o querosene acabava, o assunto ficava mais complicado, já que os moradores tinham que recorrer à queima de esterco de gado para iluminar, aquecer e cozinhar, um panorama complicado que acabou com o novo sistema.

A principal fonte de renda dos moradores de Dahubadi é o cultivo de gengibre, uma planta que ser seca antes de sua comercialização. Com o novo projeto, os moradores devem substituir a combustão de madeira pelos painéis solares.

A seguinte inovação será a do acesso à água potável, que os habitantes obtêm caminhando durante 15 minutos para chegar ao afluente mais próximo. A implementação do novo projeto poderá fazer com que a água seja bombeada até a cidade.

A instituição que financia esse revolucionário sistema é o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), com base em Manila, no marco de um programa que inclui projetos em outros países do continente, como Bangladesh, Mongólia, Filipinas e Sri Lanka.

No Nepal, o exitô deste novo modelo de Dahubadi poderá servir de exemplo em mais de mil povoados do país, um dos mais pobres do mundo e onde 48% de seus habitantes carecem de energia elétrica.

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Essa perspectiva induziu às autoridades de Katmandu, que carecem de linha política no campo das energias renováveis, a planejar a criação de um fundo para o setor, que foi anunciado pelo secretário do Ministério do Meio Ambiente, Krishna Gyawali.

Porém, segundo fontes da entidade financeira promotora da experiência de Dahubadi, antes de estender este projeto para outros lugares é necessário calibrar onde e como o sistema híbrido será instalado. Essa medida pode evitar possíveis fiascos como o que ocorreu há mais de duas décadas.

Segundo um especialista governamental do Centro de Promoção de Energia Alternativa, Surya Sapkota, a grande capacidade de gerar energia eólica que o Himalaia possui também pode ser considerada como um obstáculo.

‘A velocidade do vento para as turbinas não deve superar os 25 metros por segundo. Em Kagbeni, povoado onde fracassou a experiência de 1989, a velocidade chegava aos 80 metros por segundo’, lembrou Sapkota. EFE

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