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Negócio entre Stone e Linx que prejudica acionistas vai parar na Justiça

Instituto de ativismo societário pede liminar para suspender assembleia de acionistas e que pagamento a minoritários seja equivalente aos dos fundadores

Por Josette Goulart Atualizado em 17 ago 2020, 18h53 - Publicado em 17 ago 2020, 17h30

O Instituto Brasileiro de Ativismo Societário e Governança entrou com uma ação civil pública na Justiça de São Paulo para tentar barrar o negócio entre a Linx e a Stone. O instituto alega que a oferta anunciada pela Stone para a compra da Linx por 6,04 bilhões de reais fere os direitos dos minoritários a ter o mesmo prêmio que os controladores da empresa. A polêmica em torno da proposta se dá por conta de contratos de não competição para os três fundadores da Linx, que receberiam 240 milhões de reais em ações da Stone, segundo alega o processo judicial.

Nas contas dos minoritários, os três fundadores teriam um prêmio de controle de 35% em relação a proposta que abrangeria os minoritários. O principal executivo, Alberto Menache, ainda receberia uma proposta de trabalho para ganhar 75 milhões de reais e um salário de 416 mil reais, por três anos. Isso elevaria seu prêmio para 63% na conta dos minoritários. Por essas e outras, que eles pedem que a Justiça dê uma liminar para barrar a realização de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para votação do negócio entre acionistas e, no mérito da causa, a Justiça obrigue que os minoritários recebam o mesmo valor que os controladores.

A ação judicial é só mais um capítulo da novela que virou a compra da Linx, que está sendo altamente cobiçada por conta de sua tecnologia para sistemas de varejo. A proposta bilionária da novata Stone pela Linx deixou os bancos de orelha em pé. A Stone atua no ramo das maquininhas, mas vem oferecendo um produto e um tratamento aos clientes que desgastam a imagem dos bancos tradicionais, como fez o Nubank no segmento de pessoas físicas. A compra da Linx estaria vinculada a estratégia de oferecer um pacote mais completo aos clientes de varejo. Mas poucos dias depois do anúncio do acordo de compra e venda, a Totvs entrou na novela disposta a pagar mais, o que acirrou ainda mais os ânimos. A Totvs diz que quer pagar 6,1 bilhão de reais e ainda saiu dizendo que foi pega de surpresa com o anúncio da Stone, já que estaria só esperando a divulgação de resultados da Linx na semana passa para fazer a proposta. Para piorar a situação, a proposta da empresa de tecnologia tornou pública uma cláusula na proposta da Stone que impõe uma multa de 600 milhões de reais caso a Linx pule fora do barco.

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A Linx enviou nesta segunda-feira um comunicado ao mercado dizendo que não foi nada disso que a Totvs anda dizendo e que representantes da empresa e do Itaú BBA teriam dito aos executivos da Linx que qualquer proposta ainda estava em estudos preliminares e que levaria semanas para ser apresentada. “No dia 10 de agosto de 2020, quando o Conselho de Administração da Companhia aprovou a proposta apresentada pelo Grupo Stone, não havia qualquer expectativa ou elemento concreto a respeito de uma eventual proposta da Totvs que justificasse levar o tema ao conhecimento do Conselho de Administração da Companhia.”

Agora, a Linx informou que vai analisar a proposta da Totvs. E pelo visto a Stone vai ter que rebolar se quiser manter o negócio, mesmo com uma cláusula que obrigaria a Linx a pagar mais meio bilhão de reais em multas se desistisse do negócio.

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