Negociação com Petrobras na Argentina está encaminhada–ministro

BRASÍLIA, 20 Abr (Reuters) – O ministro de Planejamento da Argentina, Julio de Vido, disse nesta sexta-feira que as negociações com a província de Neuquén sobre uma área explorada pela Petrobras “estão muito bem encaminhadas”.
A concessão da Petrobras na área de Veta Escondida foi cassada no início do mês, com a província alegando baixos investimentos da estatal brasileira.
Vido, que é também o interventor da YPF, companhia petrolífera controlada pela espanhola Repsol expropriada nesta semana pelo governo argentino, não entrou em detalhes ao chegar para reunião em Brasília com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.
“Falamos hoje pela manhã com o governador de Neuquén, e as negociações estão muito bem encaminhadas. Vim visitar o amigo Lobão para avançar a possibilidade de aprofundar os investimentos da Petrobras”, declarou ele, a jornalistas.
“Vim também como interventor da YPF para falar com Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, para discutir assuntos em comum das duas empresas”, acrescentou.
Em 2008, a Petrobras havia renovado o contrato de concessão de Veta Escondida até 2027, segundo a empresa.
A petroleira, que é a operadora e tem ainda 55 por cento da concessão na área argentina, informou que no último triênio realizou desembolsos de mais de 10 milhões de dólares para buscar novas reservas de hidrocarbonetos.
A Petrobras atua em 19 áreas de produção em terra na Argentina, além de 14 áreas de exploração, três delas marítimas.
Com produção de 102 mil barris de petróleo e gás natural por dia no país, a Petrobras prevê investimentos de 1,8 bilhão de dólares na Argentina entre 2011 e 2015, segundo informações da estatal brasileira.
A área de Veta Escondida não tem produção nem reservas comprovadas, segundo informou a província informou no início do mês.
Em Neuquén, localiza-se a área conhecida como Vaca Muerta, um campo não convencional que poderia duplicar a produção de energia da Argentina dentro de uma década. Na zona petrolífera, a YPF, expropriada pela Argentina nesta semana, conta com boa parte das concessões.
(Por Hugo Bachega)