Voz distoante dentro do conselho de administração da Petrobras, Marcelo Mesquita classificou as mudanças aprovadas pelo conselho na última segunda-feira, 23, como “absurdas”. O principal ponto da proposta é o fim da vedação de indicações de executivos à empresa com base na Lei das Estatais, o que abre as portas para indicações políticas na petroleira controlada pelo governo federal.
Mesquita, que representa os interesses dos acionistas minoritários na empresa, classificou a volta de políticos à empresa como um “retrocesso”. “As mudanças propostas são absurdas”, afirmou ele. “O país é pobre. Precisa aproveitar os dividendos gerados pela empresa para colocar em saúde e educação. Permitir a volta de políticos é um retrocesso”, disse em entrevista a VEJA.
Todos os quatro conselheiros privados votaram contra as mudanças no estatuto, mas não puderam evitar a ânsia do governo. A notícia foi mal recebida pelo mercado, que derrubou as ações da empresa em mais de 6%, tanto as ordinárias quanto as preferências, na segunda-feira. A Petrobras se recupera parcialmente no pregão desta terça-feira, 24, com alta acima de 1%.