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Mudanças forçam fundos a baixar taxa de administração

Por Da Redação
3 Maio 2012, 19h37

Por Francisco Carlos de Assis

São Paulo – Ao alterar a regra do rendimento da caderneta de poupança, além de evitar uma migração indesejável dos aplicadores em fundos para a poupança no caso de a Selic cair para o nível de 8,5% a 8%, o governo está forçando a redução da taxa de administração dos fundos. A conclusão é do sócio-diretor da Valorando Consultoria, Alexandre Póvoa. E a conta que baliza essa conclusão, de acordo com gestor, não é das mais difíceis de se fazer.

Com a nova regra, a poupança passa a render 70% da taxa básica de juros, a Selic, mais a variação da Taxa Referencial (TR). Tomando como base a expectativa de corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na reunião de maio (dias 29 e 30) dos atuais 9% ao ano para 8,5% e depois novo corte de 0,5 ponto para fechar o ano em 8%, a poupança passaria a render 5,95% mais a variação da TR, o que daria à poupança, no agregado, um rendimento de mais ou menos 6% ao ano.

Este novo rendimento da poupança estaria praticamente empatado com a rentabilidade média oferecida pelos fundos de investimento. Isso porque da Selic de 8,5% ao ano seria descontada uma taxa de administração de 1%, em média, mais algo em torno de 1,5% decorrente da tributação pela taxa média de 17,5% do Imposto de Renda, o que deixaria os fundos com um rendimento de algo próximo também a 6% ao ano.

“Desta forma, qualquer fundo que operar com uma taxa de administração superior a 1,5% estará com problemas”, diz Póvoa, para quem o governo está, com isso, forçando os gestores de fundos a se tornar mais competitivos. Quanto à mudança na regra da poupança, avalia o sócio da Valorando Consultoria, ela em si não traz implícita nenhum compromisso de redução da taxa de juros. “Se todos os problemas dos juros fossem a poupança, estaria muito bom”, diz Póvoa.

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De acordo com ele, ao alterar o rendimento da caderneta de poupança, o governo removeu um empecilho, condição necessária, mas não suficiente, para baixar juros. “Você baixa juros quando a economia está ruim. Até recentemente, quando a economia estava aquecida, o governo poderia ter mexido na poupança e mesmo assim a taxa de juros teria condições de ser reduzida”, explica Póvoa.

O economista-chefe de uma grande gestora de fundos consultada pela Agência Estado e que pediu para não ser identificado concorda com Póvoa. Segundo ele, com a Selic caindo para algo como 8% e 8,5% ao ano, se o governo não tivesse feito nada, certamente iria ocorrer uma migração das aplicações dos fundos para a poupança, inundando o sistema imobiliário com recursos além do necessário para financiar a moradia própria. Isso porque, por lei, 65% do valor depositado na caderneta de poupança deve ser direcionado para as linhas de financiamento da casa própria.

Ou seja, para cada R$ 1,00 captado pela poupança, R$ 0,65 tem de ser para financiamento imobiliário. Mas como nada dos recursos da poupança pode ser usado para a compra de títulos, o governo passaria a ter dificuldades para financiar sua dívida. “Mas esta mudança não quer dizer, necessariamente, que a taxa de juros será reduzida”, diz o economista. Para ele, a poupança continua com sua rentabilidade assegurada. “Os fundos é que terão de reduzir suas taxas de administração para se manterem competitivos ou perderão aplicação para a poupança, mesmo com a mudança”, diz.

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