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Mudança de IOF desestimula capital de curto prazo

Por Da Redação
1 mar 2012, 11h39

Por Renata Veríssimo, Fernando Nakagawa e Adriana Fernandes

Brasília (AE) – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira, 1, que a mudança na cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos no exterior “é uma medida importante para o câmbio”. Ele destacou que a empresa que pegar empréstimo lá fora com menos de três anos terá que pagará 6% de IOF. “Estamos desestimulando a entrada de capital de mais curto prazo no Brasil. Hoje há uma sobra de liquidez no mercado internacional”, justificou. Mantega destacou que os países avançados estão expandindo o crédito, praticando uma política monetária expansionista.

“Estão reduzindo os juros e aumentando o volume de crédito. O problema é que este crédito não vai para o setor produtivo, mas para o setor financeiro que tem que aplicar estes recursos”, disse. O ministro afirmou ainda que, como a oportunidade de ganho de rendimento é pequena nos países avançados, as aplicações estão indo para países emergentes mais sólidos que pagam uma maior rentabilidade. Mantega destacou, no entanto, que investimento direto é bem vindo. “Estou falando de recursos financeiros que vem fazer arbitragem”, afirmou.

Câmbio

O ministro ressaltou que o aumento do IOF para empréstimos de até três anos contraídos no exterior é importante para o câmbio. “Nas últimas semanas, notamos um movimento de valorização do real. Há uma trajetória ruim para a economia brasileira”, disse. Ele afirmou que, quando o real se valoriza, “diminui a competitividade das empresas brasileiras”. “É a chamada guerra cambial”, disse. “O governo não verá impassível essa guerra. Temos de nos defender”.

Uma das estratégias citadas pelo ministro é a compra de dólares. “Vamos comprar, já estamos comprando via Banco Central em leilões diários. E, como está havendo tomada de crédito em grande escala, estamos penalizando quando esse crédito é de curto prazo. O governo continuará tomando medidas para impedir que o real se valorize, prejudicando a produção brasileira”, disse.

Mantega comentou também que as intervenções, como as adotadas pelo governo brasileiro, são sugeridas inclusive pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). “O FMI acaba de soltar um estudo dizendo que recomenda a intervenção de países no câmbio, principalmente nos emergentes que sofrem com a volatilidade e estão mais sujeitos a entradas e saídas de capitais externos, isso atrapalha a atividade econômica dos países”.

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IED

O governo não cogita taxar o Investimento Estrangeiro Direto (IED), que é saudável para o País, porque gera emprego e paga imposto, disse o ministro. No entanto, ele lembrou que houve uma mudança na tendência do câmbio nos últimos dias, com valorização do real. Com as medidas do governo, disse, o câmbio neste momento está se desvalorizando.

Mantega disse que as medidas adotadas pelo governo nos últimos anos têm sido efetivas. Ele destacou que o real estava em torno de R$ 1,55 por dólar no primeiro semestre de 2011. “Tomamos várias medidas de derivativos e etc e, no segundo semestre, o câmbio desvalorizou”, disse.

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Novamente citando um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Mantega defendeu a eficácia das intervenções do governo. “O câmbio estaria abaixo de R$ 1,50 se não fossem as medidas”, disse. Ele destacou que o Brasil está sólido e estável e, por isso, é normal que haja uma procura pelo Brasil para aplicação de recursos. “Os que trabalham na órbita da especulação devem ser penalizados”, afirmou.

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