Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

MP pede abertura de inquérito para apurar venda da Delta

Procurador questiona participação do BNDES na principal empresa do grupo J&F, que anunciou a intenção de comprar a construtora

Por Da Redação
10 Maio 2012, 19h20

O procurador regional da República no Rio de Janeiro, Nívio de Freitas Silva Filho, requereu nesta quinta a abertura de procedimento – provavelmente será um inquérito civil público – para apurar possíveis irregularidades na venda da construtora Delta, alvo de denúncias de fraude, corrupção e superfaturamento, ao grupo J&F. O objetivo, segundo o procurador explicou, é evitar que a empreiteira, sob investigação da CPI do Cachoeira, venda seu patrimônio, que deve ser preservado para garantir o pagamento de futuras ações na Justiça. “A Delta provavelmente será processada em vários Estados”, afirmou o procurador. “Não pode alienar seu patrimônio”.

A investigação foi requerida por ofício à Procuradoria da República no Rio (a primeira instância do Ministério Público Federal no Estado), responsável pela apuração porque a Delta tem sede na capital fluminense. O pedido foi encaminhado ao setor de Tutela do Patrimônio Público do MPF. Uma das sugestões de Silva Filho foi que seja tomada “medida urgente” para evitar que os controladores “se elidam” (escapem) às suas responsabilidades – por exemplo, o pedindo a indisponibilidade dos bens dos acionistas da empresa. O controlador da Delta é o engenheiro Fernando Cavendish, que se afastou, pelo menos oficialmente, do comando da empresa, para facilitar a sua venda. A decisão sobre qual medida tomar, porém, será do procurador que cuidará do caso.

“A se confirmarem os indícios (de ilegalidades na Delta), diversas ações judiciais deverão ser propostas, uma para cada negociação”, explicou o procurador regional.

Segundo Silva Filho, um dos motivos para a ação do MPF no caso é a participação de 31% do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no capital da JBS, principal controlada da J&F. “Caso se concretize esse negócio, por força de sua participação acionária no grupo JBS, o BNDES, em evidente afronta aos princípios da legalidade e moralidade, irá inexoravelmente participar de empresa sobre a qual recaem notícias da prática de graves ilicitudes e que se sujeita a ser declarada inidônea para contratar com o poder público”, declarou ele, que é procurador-chefe-substituto da Procuradoria Regional da República da 2ª Região (RJ/ES).

No ano passado, a Procuradoria abriu um inquérito civil público para investigar a regularidade da participação do BNDES no grupo JBS.

Continua após a publicidade

BNDES– Nesta quinta à tarde, o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, afirmou que o banco não participará como sócio da Delta caso a construtora seja vendida para a J&F. O executivo disse que o banco não terá nenhuma participação no financiamento do possível negócio, nem precisa ser consultado sobre o assunto.

O BNDES também divulgou nota, na qual afirmou que não participa das negociações. “A iniciativa do negócio partiu exclusivamente da holding da família controladora e é uma decisão privada de natureza empresarial, que não depende da anuência do BNDES e sobre a qual a instituição não foi consultada. Caso seja concretizada a venda, o BNDES não se tornará sócio da construtora, já que é acionista apenas da JBS, empresa do setor de proteína animal”, frisou o comunicado do banco.

(Com Agência Estado)

LEIA TAMBÉM:

Empréstimo do BNDES vira um problema para o JBS

Onde o grupo já investiu este ano (e onde está de olho)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.