Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Montadoras cortam benefícios e negociam demissões

Em meio à crise, empresas aproveitam para rever benefícios há tempos concedidos aos funcionários, sempre tidos como os mais bem pagos na indústria

Por Da Redação
12 Maio 2016, 13h35

Como reflexo da drástica queda nas vendas, as montadoras aproveitam para rever benefícios há tempos concedidos aos funcionários, sempre tidos como os mais bem pagos na indústria. Também tentam ajustar o quadro de trabalhadores em fábricas que operam com metade da capacidade produtiva.

Só em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde estão cinco das maiores fabricantes do país, há 4.170 funcionários declarados ociosos pela Ford, Mercedes-Benz e Volkswagen. A Volvo, de Curitiba (PR), fala em 400 excedentes em seu quadro.

Desde o ano passado, grande parte das montadoras não integrou o reajuste pela inflação aos salários. Aumento real é raro. A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) vem caindo, acompanhando o desempenho das empresas.

A Volvo, que em 2013 pagou 30 mil reais em PLR aos funcionários, no ano passado entregou 12 mil reais e, este ano, quer que os trabalhadores abram mão de 5 mil reais, mesmo antes de ter negociado o valor a ser pago. “Podemos até negociar esse e outros itens, mas desde que não ocorram demissões”, diz o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, Nelson Silva de Souza. “Ocorre que a empresa quer reduzir benefícios e ainda cortar 409 vagas.”

Ford, Mercedes-Benz e Volvo confirmam que estão negociando com as entidades sindicais a flexibilização das relações trabalhistas e formas de compensação para manutenção do nível de empregos, mas não dão detalhes das propostas. A Volkswagen e a Toyota não comentaram o assunto.

Continua após a publicidade

Leia também:

Afastamento de Dilma não acaba com incerteza política, alerta Moodys

Nissan compra 34% da Mitsubishi e se torna sua maior acionista

Cortes – Nos últimos 12 meses, as montadoras demitiram 11,2 mil trabalhadores, sendo 1,4 mil neste ano, mostram dados do setor. Atualmente há 36,5 mil funcionários no Programa de Proteção ao Emprego (PPE), com jornada e salários reduzidos e outros 6,3 mil em lay-off (contratos suspensos), o equivalente a 32% da mão de obra do setor, de 128,4 mil pessoas.

Continua após a publicidade

“Vai chegar um momento em que parte desse pessoal afastado será demitido”, admite João Morais, economista da Tendências Consultoria, especializado no setor automotivo. Segundo ele, mesmo que comece a ocorrer uma recuperação do mercado no próximo ano, vai levar ao menos uma década para que o setor volte a operar com níveis mais elevados de sua capacidade produtiva.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, uma alternativa é o mercado externo. “As empresas devem ser mais agressivas nas exportações – buscando mercados novos – e na nacionalização de componentes”. De janeiro a abril, as exportações cresceram 24,3% ante igual período de 2015, para 136,3 mil veículos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.