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Moeda chinesa chega a menor valor em 9 anos; EUA acusam manipulação

Uma desvalorização do yuan favorece as exportações chinesas e diminui o impacto do aumento das tarifas de importação por parte dos Estados Unidos

Por Da Redação Atualizado em 6 ago 2019, 04h22 - Publicado em 6 ago 2019, 01h38

O yuan, moeda chinesa, desabou nesta segunda-feira a seu valor mais baixo desde 2010 em relação ao dólar, o que alimenta as especulações de uma medida premeditada por Pequim para favorecer suas exportações em plena guerra comercial com os Estados Unidos.

Washington denunciou oficialmente a China por manipular o yuan e acusou Pequim de enfraquecer sua moeda deliberadamente.

O secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, “determinou hoje, com o apoio do presidente [Donald] Trump, que a China manipula sua moeda”, destaca um comunicado oficial da noite desta segunda.

Agora, Mnuchin envolverá o Fundo Monetário Internacional “na eliminação das injustas vantagens competitivas criadas pelas últimas ações da China”, diz o comunicado.

Mais cedo, Trump reagiu com revolta no Twitter: “A China deixou sua moeda cair a um valor baixo quase histórico. Isso se chama ‘manipulação cambial’. Federal Reserve, estão escutando?”.

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A cotação registrada nesta segunda, de mais de sete yuanes por um dólar, não era alcançada há nove anos. E ela ocorre apenas quatro dias depois das mais recentes ameaças de sanções americanas contra produtos chineses.

Pouco antes das 10h35 de Brasília, o valor do yuan no mercado offshore (paralelo) era de 7,1114 por um dólar. O valor representa o menor nível desde 2010.

O yuan não é totalmente conversível e o Banco Central da China estabelece a cada dia uma taxa de câmbio de referência, que nesta segunda-feira era de 6,9225 por um dólar, após uma redução de 0,33% em relação a sexta-feira.

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Os mercados pressionaram por uma desvalorização da divisa chinesa, que caiu a 7,0536 por um dólar, seu nível mais baixo desde 2008.

As grandes bolsas sofreram. Wall Street teve seu pior dia do ano, com queda de 2,90% do Dow Jones, 3,47% do Nasdaq e 2,98% do S&P 500. As maiores bolsas europeias caíram puxadas por Londres, que perdeu 2,47%.

O Banco Central da China destacou em um comunicado que tem “a experiência, a confiança e a capacidade de manter a taxa de câmbio do yuan em um nível razoável e equilibrado”.

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Trump já acusou Pequim diversas vezes de desvalorizar de forma artificial sua moeda para favorecer a exportações. O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), porém, desistiu de acusar a China de manipular a divisa após investigar a questão.

China e Estados Unidos estão envolvidos em uma guerra comercial há mais de um ano, que provocou um aumento das tarifas e afetou negócios comerciais calculados em 360 bilhões de dólares por ano.

Uma desvalorização do yuan favoreceria as exportações chinesas e diminuiria o impacto do aumento das tarifas de importação americanas sobre os produtos do gigante asiático.

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Trump reiterou na quinta-feira suas ameaças comerciais a Pequim, ao anunciar que a partir de 1 de setembro pretende ampliar o aumento das tarifas a praticamente todas as importações chinesas.

“O governo chinês pode se considerar autorizado a desvalorizar de forma suplementar o yuan para sustentar seu crescimento”, no momento em que as perspectivas econômicas do país registram desaceleração pela guerra comercial, explica Ken Cheung, analista do Mizuho Bank.

Até agora, Pequim havia deixado sua moeda em níveis estáveis para “não colocar em perigo” as negociações comerciais com os Estados Unidos, recorda Julian Evans-Pritchard, da consultoria Capital Economics.

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Mas superar o valor de sete yuanes por um dólar mostra que as autoridades chinesas “abandonaram qualquer esperança de um acordo comercial” com Washington, afirma Evans-Pritchard.

O presidente do Banco Central da China afirmou em março que o país “jamais utilizaria as taxas de câmbio como uma ferramenta” na guerra comercial.

Pequim tenta desde 2015 estabilizar o valor de sua moeda para proteger suas reservas de divisas e evitar grandes fugas de capitais.

(Com AFP)

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