Modelo A380 ainda é sonho distante para aéreas da América Latina
Fabricante do 'superjumbo' prevê que a frota aérea na região deve crescer 148% no período; Lufthansa e Emirates estudam trazer A380 a Guarulhos, mas falta infraestrutura
A América Latina é uma das poucas regiões do mundo que ainda não recebem voos com a aeronave A380, o maior avião comercial de passageiros já produzido – e deverá permanecer assim por uns bons anos. A Airbus, fabricante do avião apelidado de ‘superjumbo’, prevê que companhias latino-americanas deverão comprar 36 unidades de aeronaves dessa categoria no longo prazo, nos próximos 20 anos. Para a empresa europeia, a frota total de aviões de todos os portes na região vai crescer 148% nas próximas duas décadas.
Estudo divulgado nesta terça-feira pela Airbus mostra que a América Latina deve ter uma frota de 36 aviões gigantes, categoria que inclui o A380, apenas em 2032. Em circulação desde 2007, o A380 tem capacidade máxima para 853 passageiros se o avião for composto integralmente por assentos da classe econômica ou 525 lugares em três classes: econômica, executiva e primeira. Até agora, a América Latina não recebe aviões desse modelo, mas empresas como a Emirates e Lufthansa já anunciaram que estudam trazê-lo para rotas com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Contudo, o aeroporto ainda não comporta o trânsito da aeronave.
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Em 2032, a fatia das empresas latino-americanas no mercado dos aviões gigantes será pequena se comparada com concorrentes da Ásia ou Oriente Médio. Para a Airbus, empresas da América Latina serão donas de apenas 2,7% dos mais de 1.300 aviões que devem estar em circulação no mundo em 2032. A Ásia vai liderar esse mercado com 622 aviões ou 47% da frota mundial das aeronaves gigantes.
Segundo a Airbus, a frota total de aviões – de todos os modelos com mais de 100 assentos – da América Latina vai mais que dobrar em 20 anos, dos atuais 1.142 aviões para uma frota de 2.833 aeronaves em 2032. Nessa estimativa, a fabricante europeia prevê que a região receberá 2.279 aviões novos nas próximas duas décadas. As demais 554 unidades serão remanescentes da atual frota em circulação.
Quase 80% das novas aeronaves que a região deve receber (ou 1.794 unidades) serão do tipo “um corredor” – como o modelo Airbus 320 ou Boeing 737, os mais usados para as rotas internas no Brasil e entre os países da América do Sul. Há ainda a previsão de 449 novos aviões de modelos de “dois corredores” – aqueles que voam para destino mais distantes, como os Estados Unidos e Europa, mas não são considerados “gigantes” como o A380.
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(com Estadão Conteúdo)