Ministros de Relações Exteriores da Unasul se reúnem para discutir efeitos da crise
Três grupos técnicos estudam mecanismos para blindar a região de ataques especulativos externos
No último dia 12, o conselho de ministros de Economia da Unasul decidiu formar um fundo anticíclico para enfrentar a crise e reforçar as reservas, estimadas em 600 bilhões de dólares na região
Os ministros de Relações Exteriores dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reúnem nesta quarta-feira em Buenos Aires, para discutir a situação econômica global, a crise nos Estados Unidos e zona do euro e os reflexos na região. No último dia 12, o conselho de ministros de Economia da Unasul decidiu formar um fundo anticíclico para enfrentar a crise e reforçar as reservas, estimadas em 600 bilhões de dólares na região.
Três grupos técnicos estudam mecanismos para blindar a região de ataques especulativos externos e, dentro de 60 dias, deverão apresentar os resultados. Dentro do leque de opções, conforme detalhou no dia 12 o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destaca-se o fortalecimento do Fundo Latino-Americano de Reservas (Flar), do qual participam Bolívia, Costa Rica, Equador, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela.
Brasil e a Argentina foram convidados a integrar o Flar, mas ainda está em discussão qual o montante do aporte de cada um. Técnicos do governo argentino disseram que o Flar poderia chegar a 20 bilhões de dólares com a integração dos dois países. Mas Mantega não gostou da ideia, já que atualmente o fundo opera com pouco mais de 4 bilhões de dólares. O assunto está em discussão pela comissão de técnicos da área econômica dos países, assim como ferramentas para ampliar o comércio regional, avaliado em 120 bilhões de dólares – o equivalente a 20% do intercâmbio comercial total do bloco.
Os governos da Unasul também querem integrar as cadeias de valor produtivas e eliminar o dólar das transações comerciais para evitar pressões sobre as moedas locais. Colômbia e Equador lideram os estudos sobre a reforma do Flar, enquanto Argentina, Chile e Brasil conduzem os debates sobre a integração produtiva e Venezuela e Uruguai trabalham sobre as formas de pagamento.
O conselho também retomou a ideia de tirar do papel o Banco do Sul. O Senado argentino já aprovou a criação do banco e no dia 7 de setembro será a vez da Câmara dos Deputados. No Uruguai, o Congresso tende a aprovar a criação do banco antes do fim do ano.
O chanceler brasileiro Antonio de Aguiar Patriota desembarcou na capital portenha ontem à noite para participar dos dois encontros.
(Com Agência Estado)