Ministro nega reajuste de 40% e pede economia de energia
Eduardo Braga afirmou que reajuste não será tão alto, mas se esquivou de cravar o valor
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que o aumento médio nas tarifas de eletricidade no país em 2015 ficará abaixo de 40% “com certeza”. A afirmação foi feita depois que o jornal Valor Econômico publicou reportagem dizendo que a Aneel prevê reajuste de 40% no preço da energia, devido ao corte dos subsídios dados pelo governo às distribuidoras desde 2013. “Não creio em (aumento de) tarifa de 40%”, disse o ministro a jornalistas.
O ministro não informou quais os patamares médios tanto dos reajustes ordinários das tarifas quanto das revisões extraordinárias que serão pedidas pelas distribuidoras para fazer frente à elevação dos custos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e do preço da energia da usina hidrelétrica de Itaipu, que subiu cerca de 46%.
Segundo ele, as estimativas de aumentos que vêm sendo calculadas por consultorias independentes não levam em conta efeitos positivos da melhoria da situação financeira das distribuidoras a ser obtida na revisão extraordinária de tarifas. “Este impacto poderá sofrer uma mudança significativa e uma renegociação por parte das distribuidoras, em função da melhora dos recebíveis, da melhoria da geração de caixa do setor elétrico e que, portanto, poderá implicar em uma melhoria do desempenho financeiro dos contratos que eles fizeram no ano passado”, disse o ministro.
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Ele confirmou que o governo federal avalia intermediar com bancos e distribuidoras de eletricidade alongamento de prazos de empréstimos tomados pelo setor no ano passado, como forma de minimizar impactos de reajustes de tarifas na inflação. “A partir do momento em que as decisões forem tomadas pela Aneel, haverá um redesenho da remuneração do setor”, disse Braga.
Na terça-feira, uma fonte do governo federal disse à Reuters que o governo quer negociar com o setor bancário um alongamento de dois para três a quatro anos do prazo de pagamento dos empréstimos concedidos no ano passado para as distribuidoras, que somam 17,8 bilhões de reais. Se o alongamento for aceito, o peso do pagamento dos empréstimos nas tarifas será diluído e isso pode ajudar a reduzir o aumento total das contas de luz em 2015.
Economia – Braga não quis cravar o reajuste real que haverá em 2015, mas pediu para que a população economize nos gastos com energia elétrica, culpando as chuvas pela crise no setor. Ele comparou a situação do setor com a gestão do fornecimento de água no Estado de São Paulo. “Do mesmo jeito que estamos tendo a realidade em São Paulo em que o consumidor está tendo de reduzir o gasto de água porque há um problema hídrico, o setor elétrico está sendo vítima do ritmo hidrológico”, disse o ministro.
Braga, porém, negou que haja risco de racionamento de energia elétrica no país. “Não há racionamento. A energia existe, mas ela é cara, não tem o mesmo custo que é o da energia hídrica.”
(Com Reuters)