Por Michael Shields
VIENA, 12 Jun (Reuters) – Ampliando os temores sobre a crise de dívida da Europa, a ministra das Finanças da Áustria afirmou que a Itália, terceira economia da zona do euro, pode precisar de um resgate financeiro devido aos altos custos de empréstimo.
A declaração de Maria Fekter em uma entrevista na televisão ampliou os temores dos investidores de que os líderes europeus estão longe de acabar com os dois anos e meio de problemas. Um acordo entre os ministros das Finanças da zona do euro no sábado para emprestar à Espanha até 100 bilhões de euros para recapitalizar os bancos do país foi visto por muitos nos mercados como mais um paliativo.
Os fundos de resgate da zona do euro, já envolvidos com suporte a Grécia, Portugal, Irlanda e agora a Espanha, podem ser insuficientes para lidar também com a Itália, completou Fekter na entrevista na segunda-feira à noite. Na terça ela tentou minimizar as próprias declarações, afirmando que não havia indicações de que a Itália planejava pedir ajuda.
“A Itália tem que dar um jeito de sair do dilema econômico de déficits e dívida altos, mas é claro que pode ser que -dadas as altas taxas que paga para se refinanciar nos mercados- também precise de ajuda”, disse Fekter na segunda-feira à noite.
O Tesouro italiano recusou-se a comentar as declarações de Fekter.
Os rendimentos dos títulos italianos e espanhóis de 10 anos subiram para mais de 6 por cento na terça-feira, uma vez que o acordo de ajuda aos bancos espanhóis não aliviaram os temores sobre a capacidade de Madri de se financiar.
Analistas citam as incertezas sobre o mecanismo do pacote de resgate espanhol e temores de que detentores privados de títulos podem estar subordinados a credores oficiais, correndo o risco de sofrer perdas em qualquer reestruturação de dívida, assim como aconteceu com a Grécia.
Eles também estão preocupados com o resultado da eleição geral grega no próximo domingo, que pode determinar se o país permanecerá na zona do euro.
As declarações de Fekter foram feitas depois de o ministro da Indústria da Itália ter descartado que Roma pode precisar de ajuda externa.