Ministério do Trabalho sugere o ‘Deboísmo’… mas, claro, só para quem tem emprego
Diante da piora da crise econômica, internautas criticaram postagem 'otimista' da pasta nas redes sociais
Em meio à crise econômica e ao aumento do desemprego no país, o Ministro do Trabalho causou polêmica nas redes sociais ao postar, nesta quarta-feira, que é adepto do “deboísmo”. O movimento, inspirado na expressão informal “de boas”, prega a tolerância e a convivência sem estresse, e tem um bicho-preguiça como símbolo. “Clima chato no trabalho? Muita fofoca e tititi? Colegas querendo aparecer ou tentando puxar o seu tapete? – Pratique o Deboísmo”, dizia mensagem publicada pela pasta. “Para que se estressar se, o que importa, é o trabalho bem feito?”, complementa.
No Twitter, diversos usuários consideraram a postagem inapropriada, diante da deterioração do mercado de trabalho brasileiro. “Queria saber do @TrabalhoGovBr [perfil do Ministério do Trabalho] como faz pra praticar o #deboísmo quando não se tem emprego?”, alfinetou uma usuária. “Corrupção? Lava Jato? Impostos? […] Relaxa ‘véi’, fique de boas”, brincou outro internauta. No Facebook, a ação também foi criticada. “Nada mais adequado para ilustrar o trabalho desse Ministério do que uma preguiça. Parabéns”, ironizou um usuário em fala publicada pelo jornal O Globo.
Segundo a assessoria de imprensa do ministério, o objetivo da postagem foi o de transmitir “otimismo” aos trabalhadores por meio de uma mensagem diferente. “Destacamos que o Ministério do Trabalho e Emprego trabalha fortemente em suas redes sociais os preceitos do Trabalho Decente. Isso significa usar as linguagens apropriadas das redes sociais para disseminar as boas práticas no ambiente de trabalho”, informou a pasta, por meio de nota.
Apesar da descontração, o mercado de trabalho brasileiro está bem longe de estar “de boas”. A taxa de desemprego no Brasil atingiu 8,3% no segundo trimestre deste ano, maior patamar da série histórica iniciada em 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. De janeiro a julho, o país já perdeu quase 500 mil vagas com carteira assinada. Segundo analistas, esse número pode chegar a 1 milhão no fim do ano.
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(Da redação)