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Mesmo bloqueada, TelexFree promove cruzeiro com direito a show sertanejo

Navio partiu do Rio de Janeiro com mais de mil pessoas a bordo em direção a Búzios e Ilhabela

Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 09h57 - Publicado em 22 dez 2013, 17h03

Com os bens bloqueados e atividades paralisadas por suspeita de formação de pirâmide financeira, a empresa TelexFree promoveu um cruzeiro de três dias, na última semana, que saiu do Rio de Janeiro, passando por Búzios (RJ) e Ilhabela (SP), e retornou à capital fluminense. A viagem, patrocinada pelos próprios divulgadores, contou até mesmo com show dos sertanejos Bruno e Marrone, cujo cachê é de cerca de 500 mil reais.

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O diretor de Marketing da empresa, Carlos Costa, esteve presente no tour, chamado de 1ª Convenção Internacional TelexFree, e discursou aos mais de mil divulgadores presentes, direto da cabine do comandante do navio, como se estivesse em comício eleitoral. “Quem está pronto para a guerra”, gritava Costa, referindo-se à batalha judicial que a empresa trava após ter seus bens bloqueados durante as investigações (juntamente com o dinheiro investido pelos próprios divulgadores). “Deus está ao meu lado. Tenho vocês e Deus comigo e por isso vou até o fim”, entoava o representante da empresa, diante da multidão que pulava e gritava como se estivesse numa espécie de transe.

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Desde o início do bloqueio judicial, em junho deste ano, a empresa vem tentando na Justiça maneiras de retomar suas atividades. A última tentativa foi apelar para o mecanismo de sub-rogação, que consiste na autorização para que uma empresa compre as dívidas de outra, enquanto sua operação permanece bloqueada, como é o caso da TelexFree. Até o momento, a Justiça do Acre, autora do bloqueio, não se pronunciou sobre o tema. Mas, durante seu discurso no Cruzeiro, Costa afirmou que tem um plano B que as autoridades terão “dificuldades em negar”. O diretor não informou no que consiste a nova empreitada.

A Justiça estima que mais de 1 milhão de pessoas no país inteiro tenham se tornado divulgadores da TelexFree – ou seja, tenham entrado na rede de investidores da suposta pirâmide. Uma força-tarefa de diversos Ministérios Públicos do país tem investigado, desde junho, a atuação de mais de 80 empresas suspeitas desse tipo de crime.

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Pirâmide – O crime de pirâmide financeira se confunde, muitas vezes, com o modelo de marketing multinível, pois ambos trabalham com o conceito de agregar associados à rede de vendas. A diferença entre eles é que no segundo, legal, a remuneração dos associados e vendedores é atrelada ao volume de vendas e não ao número de novos associados angariados. O modelo de pirâmide é insustentável no longo prazo porque a base de potenciais associados fica, com o tempo, mais estreita – e a receita da companhia com a venda dos produtos não consegue ser suficiente para remunerar as comissões de todos os divulgadores.

No caso da TelexFree, que é a principal empresa investigada, era comercializado um sistema de telefonia via internet, o VOIP (Voice Over Internet Protocol) que, segundo o MP, era um produto de fachada usado para atrair mais integrantes para a rede.

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