Merkel e Sarkozy anunciam plano bilateral para a resolução da crise
O acordo deve ser discutido na sexta-feira, em cúpula dos líderes europeus
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciaram nesta segunda-feira que entraram em acordo sobre vários pontos de alteração nos tratados da União Europeia para a resolução da crise. O anúncio aconteceu em coletiva de imprensa logo após a reunião entre os chefes de estado em Paris. Os detalhes do plano serão discutidos na cúpula europeia, marcada para sexta-feira, em Bruxelas.
Sarkozy explicou os pontos principais do acordo e disse que uma carta mais detalhada será enviada na quarta-feira ao presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy. Um dos anúncios mais esperados era a resolução dos dois países com relação aos eurobônus. Sarkozy se alinhou à posição da Alemanha e disse que os eurobônus não são a melhor saída para a crise. “França e Alemanha são as maiores economias da Europa. Arriscar uma divergência é arriscar a destruição da Europa”, disse Sarkozy.
O acordo prevê sanções automáticas para os países-membros que ultrapassarem o limite de 3% de déficit, exceto se uma maioria qualificada se opuser. Os líderes também anunciaram a obrigação de validar judicialmente os orçamentos de todos os países-membros e reuniões mensais dos chefes de estado europeus até o fim da crise.
Merkel havia dito na sexta-feira que os países da zona do euro estão finalizando as regras para a criação de uma união fiscal. A chefe do governo alemão disse que os países-membros da zona do euro precisam de um critério mais firme para o planejamento das contas estatais. Em sua opinião, o atual critério de referência – que limita o déficit das nações em 3% do PIB e a dívida em 60% do PIB – não é suficiente, pois carece de força. Merkel reiterou que ninguém deve esperar uma solução repentina para a crise. Para ela, a recuperação da economia da Europa consiste em um “processo que durará anos”.