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Mercedes confirma a demissão de 260 na fábrica de São Bernardo

Segundo a montadora, desse montante, 100 funcionários saíram por meio do Programa de Demissão Voluntária no final do ano passado

Por Da Redação
7 jan 2015, 14h34

A Mercedes-Benz confirmou na tarde desta quarta-feira a demissão de 260 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Desse total, 160 foram desligados por iniciativa da empresa e outros 100, por meio do Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela montadora no final do ano passado. O número é maior do que as 244 demissões informadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Em nota à imprensa, a montadora afirma que utilizou todas as “ferramentas legais e negociáveis de flexibilização” para preservar a sua força de trabalho. Segundo a Mercedes, foram adotados licença remunerada, férias coletivas e individuais, banco de horas individual e coletivo, semanas com quatro dias de trabalho, redução para um turno, PDVs e lay-offs (suspensão temporária dos contratos de trabalho) e interrupção da produção em dezembro.

A empresa afirma que prorrogou o lay-off para cerca de 750 colaboradores de São Bernardo do Campo e de 170 da fábrica de Juiz de Fora (MG) até 30 de abril. “Dessa vez, com os custos totalmente assumidos pela empresa”, diz.

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A montadora informa ainda que, apesar do cenário de queda da produção, mantém os investimentos de R$ 730 milhões anunciados para as duas fábricas entre 2015 e 2018, “para assegurar a competitividade da companhia”.

Paralisação – Em protesto contra as demissões, trabalhadores do turno da manhã da fábrica da Mercedes em São Bernardo resolveram paralisar as atividades por 24 horas.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informa que a paralisação é um “aviso” à diretoria da fábrica e que os funcionários pretendem conversar ainda nesta quarta sobre as demissões. A previsão é que os trabalhadores do turno da tarde também cruzem os braços.

Setor em crise – As demissões no setor automotivo tiveram início em 2014, com o fechamento da fábrica da GM em São José dos Campos e os 650 desligamentos na Peugeot-Citroen na planta de Porto Real, no Rio de Janeiro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego na indústria de transporte, onde as montadoras se inserem, recuou 5% entre janeiro e outubro de 2014, que é o dado mais recente apurado pelo Instituto.

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Com as vendas de veículos em queda, a produção também foi afetada (caiu 15% no acumulado do ano passado até novembro) e as empresas se ajustam para enfrentar um ano difícil. A previsão de crédito mais caro e escasso também é contabilizada na matemática das montadoras.

As demissões na Volks e na Mercedes-Benz, apesar de esperadas, são emblemáticas. As centrais sindicais se armam em protesto contra as empresas e, em última instância, contra o governo. A presidente Dilma foi autora de um dos pacotes mais nocivos para a indústria brasileira durante seu mandato: o Inovar-Auto, que previa a elevação de imposto para automóveis importados e a exigência de conteúdo nacional para estimular a cadeia produtiva no Brasil. Como se tratava de uma demanda antiga das montadoras nacionais, ficou acertado entre governo, empresários e centrais sindicais que a moeda de troca para os benefícios era não haver demissões no setor.

Com o passar dos anos, a desaceleração econômica acabou expondo inúmeras ineficiências da política econômica da presidente reeleita: uma delas foi a ineficácia do programa Inovar-Auto. Ele não barateou os carros fabricados no Brasil e tampouco foi suficiente para blindar a indústria de solavancos macroeconômicos.

Agora, com as demissões nas empresas que mais receberam benefícios do governo ocorrendo justamente após as eleições, as centrais sindicais se mobilizam em fúria. Afinal, acionaram seus militantes para eleger a presidente Dilma pensando no bem-estar da classe. Percebem, agora, que foi tudo em vão.

(Com Estadão Conteúdo)

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