Mercado vê Selic ainda mais alta para o fim deste ano, chegando a 12,25%
Boletim Focus aponta que a taxa de juros continuará pressionada pela inflação, que foi revista positivamente pela quinta vez consecutiva, para 5,50%
O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 14, aponta que a Selic terminará o ano em 12,25% ao ano, alta de 0,5 ponto percentual em relação à projeção da semana passada. A revisão vem ao encontro da estimativa da alta de preços, que foi revisada positivamente pela quinta vez consecutiva. De acordo com a pesquisa semanal realizada com mais de 100 instituições financeiras, o IPCA no final de 2022 será 5,50%, ante 5,44% na semana passada. Há um mês, a previsão era de 5,09%.
A estimativa do crescimento do PIB para 2022 se manteve a mesma da semana passada, em 0,30%. Porém, para 2023 foi reduzida em 0,03 ponto percentual, para 1,50%. Há quatro semanas, o Boletim Focus previa que o PIB em 2023 cresceria 1,75%. A revisão para baixo do crescimento do país é fruto da alta da Selic, instrumento monetário que serve para conter a inflação mas que prejudica as atividades econômicas do país. Selic elevada significa encarecimento do crédito e estímulo aos investimentos em renda fixa, o que prejudica os aportes financeiros em empresas.
Na última reunião do Copom, realizada no fim de janeiro, o Banco Central elevou a Selic em 1,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano, e apontou no comunicado que as subidas devem continuar, mas a uma velocidade menor. Na sexta-feira 11, no entanto, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, declarou em um evento que a inflação brasileira deve atingir o pico entre abril e maio de 2022, e não em janeiro como previsto anteriormente. A razão para isso seria a contínua alta do preço do petróleo no mercado internacional e os problemas na safra de grãos que elevarão o seus preços. Apenas depois desses meses há a expectativa de que os preços comecem a cair.