Mercado reduz projeção da Selic para 8,5% em 2012
Aposta vem dias depois de a presidente Dilma Rousseff anunciar mudanças na poupança
Economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) na semana passada acreditam em mais cortes da taxa básica de juros, Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio. Conforme mostrou o Relatório Focus, do BC, a expectativa é de corte de 0,5 ponto percentual. Se feita, a redução levaria os atuais juros para o patamar de 8,5% ao ano.
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Na semana passada, o próprio governo brasileiro já havia sinalizado que deve cortar os juros ao impor novas regras para a poupança. Na atual regulamentação, que passou a valer na sexta-feira, a remuneração da poupança será atrelada à Selic: toda vez que os juros caírem para baixo de 8,5% a.a., a poupança será remunerada com Taxa de Referência (TR) mais 70% da Selic. Assim, ela não se tornará mais atrativa que outras aplicações, como títulos do Tesouro Nacional. Economistas viram medidas como positivas.
Preços – Para a inflação, as estimativas dentro do Focus apontam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará este ano em 5,12%, inalterado em relação ao relatório da semana passada. Já para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que corrige a maioria dos contratos de aluguel, após oito semanas seguidas de aumento das estimativas, a previsão manteve-se em 5,24%.
Dólar – O mercado financeiro aumentou ligeiramente sua previsão para a moeda americana nesta semana, subindo-a de 1,80 real para 1,81 real no fim do ano. Para o fim de 2013, a expectativa também passou de 1,80 real para 1,81 real, na primeira alta após seis semanas seguidos sem mudanças. Para 2013, é esperado um IGP-M de 5%
PIB – Os economistas ouvidos pelo BC acreditam ainda em pequena melhora do Produto Interno Bruto (PIB) do país em relação à semana anterior. Para eles, a economia brasileira crescerá 3,23% neste ano, contra 3,22% da previsão passada. Para o ano que vem, a aposta continua a mesma, em expansão de 4,30%, mas maior do que um mês atrás, quando era de 4,20%.
Dívida soberana – Os analistas reduziram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2012, de 36,20% para 36,10%. Para 2013, a projeção manteve-se em 34,70%.
(Com agência Reuters)