Mercado prevê pela primeira vez queda no PIB de 2016
Para este ano, analistas ouvidos pelo Banco Central já projetam um recuo na atividade econômica de 2,01%
Com a piora no quadro econômico deste ano, o mercado financeiro já prevê que a economia do país não vai conseguir se recuperar tão cedo, como esperava o governo, e pela primeira vez projetou um recuo de 0,15% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2016. Na última semana, a projeção do PIB estava estagnada em zero. Para este ano, a recessão esperada já passa da casa dos 2% – 2,01% ante 1,97% na semana passada.
Os dados constam do boletim Focus, que é divulgado pelo Banco Central às segundas e contempla as estimativas feitas por mais de 100 instituições financeiras.
Para 2015, os analistas ainda preveem um quadro caótico para a economia: Após dezessete semanas consecutivas de alta, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida em 9,32% – se confirmada, o maior nível desde 2002 e muito acima do centro da meta, de 4,5%. Para 2016, a estimativa da inflação teve um leve reajuste, de 5,43% para 5,44%.
Na última sexta-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a inflação atingirá o pico neste trimestre. Segundo ele, os preços têm sido pressionados a subir por causa da valorização do dólar e dos reajustes nas contas de luz, água e outros tributos.
A taxa básica de juros (a Selic) também foi mantida no atual patamar de 14,25%, em linha com o último reajuste feito pelo Banco Central. Para o próximo ano, no entanto, o mercado aposta em uma redução gradativa da Selic até 11,88%. Tombini afirmou que a manutenção da taxa no atual nível é necessária por período “suficientemente prolongado” para levar a inflação à meta no próximo ano.
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(Da redação)