Mercado espera que FED siga com o ritmo de aumento nos juros dos EUA
A expectativa é que BC anuncie nova alta de 0,75 ponto; perspectiva de maiores altas caíram com piora no cenário econômico
O mercado aguarda nesta quarta-feira, 27, a decisão do banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), sobre os próximos passos da autoridade na condução da política monetária do país. A expectativa do mercado é que o Fed siga com a elevação dos juros na mesma magnitude da reunião anterior, na faixa de 0,75 ponto percentual.
Os Estados Unidos convivem com uma inflação de 9,1%, um fenômeno não experimentado pelos americanos há pelo menos quatro décadas. O Fed vem agindo por meio da elevação de juros para controlar a disseminação dos preços. Em março, o banco realizou a sua primeira elevação de juros desde 2018. No comunicado da ata da última reunião, o Fed demonstra disposição em continuar a elevação dos juros até ancorar as expectativas inflacionárias para a meta de 2%.
Porém, os dados de desaceleração nos principais índices de atividade do país provocado pela alta dos juros e o seu pouco efeito no arrefecimento da inflação colocam em dúvida se o Fed deve persistir com essa postura agressiva. O consenso ainda é de uma elevação de 0,75 ponto, mas as expectativas vêm caindo com a rápida deterioração do cenário econômico. A expectativa dos que previam uma alta mais agressiva, de 1 ponto percentual, caiu. “O Federal Reserve está em uma situação difícil, pois a inflação ainda está em alta e o cenário econômico se deteriorou dramaticamente desde sua última reunião em meados de junho. Todos os sinais apontam para uma economia em recessão”, diz Danielle DiMartino Booth, CEO e estrategista-chefe da Quill Intelligence para o Seeking Alpha, plataforma de conteúdo para o mercado financeiro.
O mercado estima que o Estados Unidos chegue ao final do ano com os juros entre 3% a 3,5%, com alguns estimando que o Fed comece a aliviar a contração em setembro. Os esforços de trazer a inflação para a meta de 2% estão sendo precificados com alto risco de recessão pelo mercado. As chances de recessão cresceram e agora são de 55%, 20 pontos a mais em relação a maio, segundo pesquisa realizada pela CNBC com analistas, economistas e gestores de fundos.