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Medo é grande, mas necessidade e paixão marcam empreendedores

Brasileiros querem abrir negócio próprio, mas crise faz com que receio seja maior; necessidade e gosto pelo trabalho ajudam na hora de começar

Por Da redação
Atualizado em 9 jun 2017, 21h01 - Publicado em 9 jun 2017, 20h51

O desejo de ter um negócio próprio parece fazer parte da cultura brasileira. O problema é que, em um cenário econômico instável como o que o Brasil vive, o medo tende a afastar as pessoas do empreendedorismo. A necessidade e a paixão pelos negócios, contudo, ainda pesam para o lado positivo nessa balança.

Uma pesquisa realizada pela consultoria Randstad mostrou que 61% dos trabalhadores do país querem abrir um negócio, mas o risco de falir é muito grande, na avaliação deles. Segundo o Paula Raya, diretora da empresa, além de ser da natureza humana, esse medo também tem ligação com uma possível piora na situação financeira em um momento econômico já difícil e instável para muitos.

“Mesmo naqueles empreendedores que têm aquela energia de desbravar um mercado, existe a preocupação com a questão financeira”, diz ela. “Há um medo de falhar, influenciado pela falta de planejamento, que, quando você está em uma corporação o risco bem é menor”, afirma.

O desejo, porém, não morre com as dificuldades. A mesma pesquisa mostrou que 65% afirmam que se perder o emprego atual, gostariam de iniciar o próprio negócio e 30% dos brasileiros pensam até mesmo em largar o trabalho para empreender.

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É o caso da empresária Letícia Vaz, 20. Apaixonada por moda, ela decidiu largar o emprego em 2016 para se dedicar exclusivamente ao projeto de abrir uma loja de roupas femininas online, a LVStore.

“Sempre amei moda e costura, mas obviamente tinha receio de largar tudo e me dedicar apenas a isso. Mas, me planejei, tomei coragem e agora me dedico apenas a minha loja”, conta ela, que deixou um emprego na área de comunicação para empreender. “Não é fácil, mas o prazer de ver alguém vestindo algo que você criou supera tudo”, afirma Vaz.

Necessidade

O empreendedorismo no Brasil, porém, também possui ares dramáticos. Dados do Sebrae-SP mostram que 42,5% dos profissionais que abriram o próprio negócio no ano passado o fizeram por necessidade -percentual dez pontos maior do que se comparado ao período 2009-2014.

“É a opção de ocupação e renda em uma economia fragilizada como nesses últimos tempos. No Brasil, em 2016, a gente tinha 20% da população adulta em atividades empreendedoras. O empreender por necessidade é quando você não acha um emprego e precisa começar algo que lhe garanta renda”, afirma Marcelo Moreira, coordenador de Pesquisas do Sebrae-SP.

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A ex-vendedora Luciana Silva, 47, perdeu o emprego em junho do ano passado, após a empresa onde trabalhava demitir dezenas de funcionários. Em busca de uma recolocação no mercado desde então, não conseguiu sequer um telefonema de volta das companhias por onde passou.

Dessa forma, optou por abrir um mini restaurante, no centro de São Paulo. “Eu saí do emprego, mas as contas não ficaram sabendo disso (risos). Então eu decidi iniciar um lugar para as pessoas comerem aqui perto de casa, onde eu cozinho, meu irmão me ajuda no caixa e tenho mais uma funcionária”, conta ela.

Com faturamento de cerca de R$ 4 mil por mês, ela se enquadra como MEI (Micro Empreendedor Individual) -que aceita até R$ 60 mil por ano, ou R$ 5 mil por mês.

O número de pequenos empresários, como Silva, chegou em em 469 mil no acumulado dos cinco primeiros meses do ano. “Esse número mostra que o número de empreendedores continua a crescer no país”, conclui

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