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Medidas extremas contra coronavírus derretem a bolsa em 14,78%

Em dia marcado por dois circuit breakers, Ibovespa tem pior queda desde 1998; dólar fecha em R$ 4,79 e bate novo recorde

Por Larissa Quintino Atualizado em 12 mar 2020, 17h41 - Publicado em 12 mar 2020, 14h13

O mercado financeiro brasileiro viveu mais um dia de caos. O aumento das preocupações com o impacto econômico da pandemia de Covid-19 causada pelo novo coronavírus fez o Ibovespa derreter em 14,78% e amargar nesta quinta-feira, 12, maior queda da bolsa em mais de duas décadas, superado apenas por um tombo de 15,83% em 1998. O índice ficou nos 72,582 pontos, patamar que havia registrado pela última vez em junho de 2018.

O dia foi marcado por duas paradas forçadas nas negociações — o chamado circuit breaker — e esteve perto de mais uma pausa pós acumular queda de 19,8% por volta das 14h. O dólar comercial fechou o dia cotado aos 4,79 reais, alta de 1,38% e novo recorde nominal para a cotação desde o Plano Real.

O pânico no mercado começou logo cedo, com investidores digerindo as medidas extremas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o combate da pandemia em território americano. Trump anunciou a suspensão de todas as viagens entre os EUA e a Europa. A decisão alarmou investidores no mundo todo, aumentando a tensão sobre as consequências econômicas da doença.

No Brasil, teve impacto a notícia de que o secretário de Comunicação da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten, testou positivo para a doença. Wajngarter fez parte da comitiva americana que visitou os Estados Unidos na semana passada. Após a notícia do positivo no staff do governo, o presidente Jair Bolsonaro também foi submetido ao teste de coronavírus, ainda sem resultado. O Ministério da Saúde confirma 73 casos de coronavírus no Brasil e 907 são suspeitos. Ainda não foi relatada nenhuma morte ou transmissão comunitária, a qual não é possível detectar o foco da transmissão. 

A queda, que caminhava para os 20%, foi arrefecida após o anúncio do Federal Reserve (FED, o banco central dos EUA) em injetar mais de 1,5 trilhão de dólares no sistema financeiro para conter problemas de financiamento associados aos efeitos do coronavírus. As operações aconteceriam com recompras de títulos.

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Com os dois circuit breakers desta quinta, a bolsa chega a quatro paradas forçadas nas negociações na mesma semana. Na segunda-feira, o circuit breaker foi acionado na abertura dos negócios, assim como o caso atual, devido ao aumento das tensões sobre o preço do barril de petróleo. Na quarta-feira, a queda ocorreu no período da tarde, depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) mudar o status da doença para pandemia. 

O movimento de queda recorde na bolsa brasileira acontece porque os gestores de fundos de investimentos, geralmente compradores, estão se desfazendo de ações. Quem paga para ver não está gostando dos resultados. O fundo Ponta Sul, por exemplo, teve um retorno negativo de mais de 80% na comparação ano a ano. A carteira de papéis do Ponta Sul é formada por empresas como Magazine Luiza, Alpargatas e Banco Inter, segundo os mais recentes documentos disponíveis. “Os fundos eram quem poderiam segurar a bolsa. Mas, hoje, eles estão mais propensos a vender suas ações”, diz Glauco Legat, analista-chefe da corretora Necton. “Os ativos estão muito baratos, mas falta liquidez”.

Nas bolsas estrangeiras, o clima também era de caos. Nos EUA, as bolsas americanas também entraram em circuit breaker após queda de mais de 7% no S&P  e no Dow Jones. Mesmo após a ação do Fed, as bolsas americanas acumulavam quedas na casa dos 10%. Na Europa, a bolsa de Frankfurt fechou em queda de mais de 12%, enquanto a Bolsa de Londres caiu por volta de 10%.

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