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Medida contra TIM não tem “nada a ver” com diplomacia, diz Bernardo

Após pressão do governo da Itália (país-sede da controladora da empresa de celular), ministro das Comunicações afirma que boa relação não muda

Por Da Redação
23 jul 2012, 18h00

Presidente da Telecom Italia, Franco Bernabè, planeja visitar o país nos próximos dias, revelou o ministro Paulo Bernardo

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, declarou nesta segunda-feira que nada muda na relação do governo com a TIM, mesmo com o mandado de segurança impetrado pela operadora para suspender o efeito da decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de impedir as vendas de novos planos em 19 estados brasileiros. O pedido foi negado pela Justiça. Ele também comentou que a ação do órgão regulador foi técnica e não tem “nada a ver” com as relações diplomáticas do país com a Itália – sede da Telecom Italia, que é a controladora da TIM.

Nesta segunda-feira, o redator-chefe de VEJA, Lauro Jardim, informou na coluna Radar On-line que a embaixada da Itália no Brasil enviou ofício a Paulo Bernardo e ao conselho da Anatel para dizer que está acompanhando de perto as tratativas entre a TIM e o Palácio do Planalto. Na Anatel, o gesto foi interpretado como uma pressão desnecessária de Roma.

Radar On-line: Na pressão

Leia também: Justiça nega pedido da TIM contra suspensão de venda

Para Bernardo, o fato de a TIM ter entrado na Justiça não muda o tratamento que a companhia recebe do governo e da Anatel. “Entrar na Justiça é um direito de todas as empresas. A TIM optou por esse caminho e isso não vai impedir um diálogo, mas também não quer dizer que vamos compactuar com a situação. Tanto que convencemos o juiz que negou a liminar à empresa”, destacou.

O ministro confirmou a informação de que a Embaixada da Itália em Brasília ligou para o ministério na semana passada, durante sua viagem aos Estados Unidos. Segundo ele, o secretário executivo César Alvarez foi orientado a responder que o processo “não tem nada a ver com a diplomacia”.

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Visita – “Isso é um problema do consumidor brasileiro com as empresas. O fato de a TIM estar aqui no Brasil há 15 anos não significa que iremos tratá-la melhor ou pior, até porque para todos os efeitos é uma empresa nacional”, acrescentou. Bernardo confirmou que o presidente da Telecom Italia, Franco Bernabè, planeja visitar o país nos próximos dias.

O ministro revelou que possui um aparelho celular da TIM, que ficou sem 3G na última sexta-feira. “E hoje fiz duas ligações para Curitiba que caíram no meio da conversa”, detalhou. “Não temos nada contra a TIM, mas achamos que a qualidade do serviço não está boa no momento.”

Tratamento – O chefe da pasta das Comunicações acrescentou que o governo Dilma não quer “demonizar as empresas de telefonia ou tratá-las como vilãs”. Para ele, as companhias precisam apenas manter boa relação com os consumidores “porque são eles que pagam a conta”.

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Bernardo lembrou que o setor investiu 20 bilhões de reais no Brasil no ano passado, mas ainda assim as reclamações dos usuários sobre os serviços prestados levaram a Anatel a suspender a venda de novas linhas de TIM, Claro e Oi nos estados em que lideram rankings de insatisfação de clientes.

“Nossa visão é que nós tínhamos que adotar medidas extremas que não são para ser usadas todos os dias. A Anatel tomou a medida que tinha que fazer e, embora seja drástica, o critério foi ponderado, pois o consumidor não ficou sem opções em nenhum Estado”, afirmou.

Bernardo disse que não fará interferência sobre esses processos junto à Anatel, mas declarou ser possível que as empresas entreguem planos de investimentos satisfatórios em até 15 dias, para que novos planos possam voltar a serem vendidos pelas companhias suspensas. “É um prazo razoável para encaminhar a solução, mas não estamos com pressa, podemos ficar brigando aí três meses. Quem está com pressa são as operadoras.”

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Fachada de loja da Claro no Rio de Janeiro
Fachada de loja da Claro no Rio de Janeiro (VEJA)

Claro – O ministro das Comunicações afirmou que a Claro o convenceu de que está com boas intenções e quer resolver logo a situação que levou a Anatel a suspender as vendas de novos planos da empresa em Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Ele se reuniu nesta segunda com o presidente da operadora, Carlos Zenteno. “Eles (da Claro) ficaram surpresos, mas entendem as medidas da Anatel e tiveram postura proativa. Eles alegam que tiveram problemas de funcionamento do call center em São Paulo e por isso não deram vazão às reclamações, que desaguaram na agência reguladora”, declarou Bernardo.

Ele mostrou três calhamaços de planilhas e dados entregues por Zenteno, que expressou preocupação com a duração da medida, mas frisou que a decisão de retirar a suspensão caberá somente à Anatel. Bernardo destacou que a Claro demonstrou iniciativas de compartilhamento de torres e infraestrutura, lembrando que o governo deve editar em breve um regulamento para essa alternativa, que solucionaria em parte o problema de dificuldades de instalação de novas antenas. “Não tem como obrigar, mas é uma burrice não compartilhar.”

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Leia mais:

Claro terá de apresentar mais dados sobre tráfego

Depois do encontro com Bernardo, Zenteno afirmou que a Claro não irá desistir de ofertas ou promoções que estavam planejadas para o segundo semestre nos mercados onde foi temporariamente suspensa. Segundo o executivo, a empresa tem 25,6% de participação no mercado paulista (20% na capital e 32,46% no interior) e tem capacidade para continuar em expansão. “Toda a nossa rede já funciona na plataforma IP e contamos com mais de 90 mil quilômetros de fibras óticas da Embratel para ligações de longa distância e dados. Nossa capacidade é muito grande”, disse o executivo.

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(com Agência Estado)

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