Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mão de obra lidera custos ao produtor de cítricos em SP

Por Da Redação
31 Maio 2012, 13h26

Por Gustavo Porto

São Paulo – Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) aponta que a mão de obra foi o principal item dos custos de produção de citros no Estado de São Paulo na safra 2011/2012, com 22% das despesas nos pomares. Se forem considerados somente os desembolsos e forem excluídos os custos financeiros, despesas gerais e depreciações, a proporção da mão de obra sobe para 38% dos gastos totais.

Segundo a pesquisadora Margarete Boteon, do Cepea/Esalq, a colheita manual é o que mais onera o citricultor. Dados apontam que, em 2001, o produtor tinha que vender à indústria 22 caixas de laranja para pagar um salário mínimo. Em 2011, essa relação subiu para 47 caixas. Segundo a pesquisadora, o peso da mão de obra sobre o custo de produção da laranja deve crescer, já que as projeções para o salário mínimo apontam valores de R$ 667,75 para 2013, R$ 729,20 para 2014 e R$ 803,93 para 2015, ou 30% superior ao deste ano.

Ainda segundo a pesquisadora, paralelamente ao encarecimento da mão de obra, o setor produtivo enfrenta também a escassez de trabalhadores, sobretudo devido à competição com a construção civil. Enquanto isso, a colheita mecânica da fruta ainda é lenta nos pomares.

O levantamento aponta ainda o impacto do aumento do uso de defensivos, principalmente de inseticidas para o controle do greening (HLB) e de doenças como a pinta-preta. Para a safra 2012/2013 – com a restrição ao uso do fungicida carbendazim após os Estados Unidos proibirem a entrada de suco da fruta tratada com o produto -, o custo de produção deve crescer diante da necessidade do uso de fungicidas com ingredientes ativos mais caros.

Continua após a publicidade

Os dados apontam ainda que riscos da citricultura e os seus custos em alta podem fazer com que o produtor considere a opção de diversificar suas atividades ou até migrar integralmente para a cana-de-açúcar em boa parte dos polos citrícolas de São Paulo. Segundo Margarete, em 2008/2009 o arrendamento da cana valia em torno de R$ 500,00/hectare nas regiões citrícolas e atingiu R$ 1.200,00/hectare, em média, em 2011/2012.

“Isso significa que, no mínimo, a laranja deve proporcionar lucro líquido (receita bruta menos custo total – despesas e depreciações) acima do arrendamento da cana para tornar a atividade sustentável”, informou a pesquisadora.

Na safra 2011/2012, uma tonelada de cana-de-açúcar equivaleu a 5,8 caixas de laranja (de 40,8 quilos) comercializadas com a indústria. Esse é o maior patamar de valorização da cana em relação à laranja nos últimos 11 anos. Em 2001/2002, uma tonelada de cana valia 3,6 caixas de laranja.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.