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Mantega vê ‘transição dolorosa’ na economia do país

Ministro tenta minimizar desaceleração da economia brasileira, dizendo que outros países também estão em ritmo lento de recuperação

Por Da Redação
14 Maio 2014, 12h25

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que “a vida não tem sido fácil” para as economias de modo geral e que não se sai com facilidade de uma crise como a que ocorreu nos últimos anos. Em discurso na Câmara dos Deputados, o ministro disse que as perspectivas para a economia brasileira são de uma melhora gradual nos próximos anos, “em sintonia com a recuperação da economia mundial”.

“A boa notícia é que podemos dizer que a crise já está sendo superada. Mas, da superação da crise até conseguirmos implantar novo ciclo de crescimento é uma transição dolorosa pra todos os países envolvidos nisso”, reconheceu. “Talvez 2013 tenha sido o ano da virada”, especulou.

O ministro disse que, mesmo os Estados Unidos, que estão voltando a crescer, o avanço foi de apenas 1,9% e que parte dos países europeus ainda está com crescimento negativo. “Os países emergentes também sofreram o resultado desta atrofia da economia internacional e temos visto países dinâmicos como a China desacelerando seu crescimento”, concluiu.

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Revisão – Mantega citou o crescimento de 2,3% da economia brasileira no ano passado, mas lembrou que até o fim deste mês o país terá “novo PIB” para o período, dado que o IBGE revisou o resultado da produção industrial de 2013. “Isso vai alterar o desempenho do PIB, mas não sabemos ainda para quanto vamos”, disse, evitando adiantar dados, como autoridades econômicas têm feito recentemente. O ministro afirmou que o governo prevê para 2014 um crescimento semelhante ao do ano passado, diferente, portanto, do que prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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O FMI reduziu sua projeção de crescimento econômico para o Brasil em 2014 a 1,8%, ante 2,3% previstos no início do ano. Em seu relatório “Perspectiva Econômica Global”, o FMI ainda revisou para baixo sua perspectiva sobre a atividade econômica brasileira para 2015, de 2,9% para 2,7%.

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Pasadena – Sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Mantega disse que os conselheiros da Petrobras tomaram uma decisão adequada ao aprovar, em 2006, a compra de 50% da refinaria, de posse das informações que tinham naquele momento. Naquele momento, em que havia um plano de a Petrobras avançar em refino no exterior, Mantega não estava no Conselho de Administração da estatal, presidido à época pela então ministra Dilma Rousseff.

Dilma afirmou recentemente que, ao aprovar a compra de 50% da refinaria, não conhecia a cláusula “put”, que obrigou posteriormente a estatal a pagar valores muito maiores pela segunda metade da refinaria do que os 360 milhões de dólares desembolsados inicialmente.

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O movimento para investigação da aquisição da refinaria, que culminou com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, intensificou-se após Dilma ter dito em março que o aval para a compra da refinaria foi dado com base num documento “técnica e juridicamente falho”.

“Na primeira aquisição foi o Citibank que recomendou (a operação), eu não estava. Porém estavam figuras eminentes que opinavam pela aquisição em 2006: o Fábio Barbosa, o Gerdau (o empresário Jorge Gerdau), o economista Cláudio Haddad, portanto, era conselho altamente qualificado”, disse Mantega.

Mantega afirmou ainda que posteriormente, quando ele já integrava o Conselho, e de posse da informação da “cláusula put”, ele próprio foi contrário à compra da segunda metade da refinaria, em um processo que acabou sendo decidido por uma câmara abritral. Segundo o ministro, teria sido melhor que a arbitragem tivesse decidido contra a necessidade de a Petrobras comprar os 50% restantes da refinaria, o que não aconteceu.

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Combustíveis – Um novo reajuste de combustíveis voltou à pauta esta semana depois de a presidente da estatal, Graça Foster, dizer que um novo aumento está previsto para este ano, ao comentar o balanço da Petrobras referente ao primeiro trimestre.

Sobre o tema, Mantega disse que não é recomendado que se façam reajustes ao preço da gasolina “correndo atrás do câmbio”, que influencia o atingimento da paridade ante o mercado internacional do petróleo. A fala do ministro indica uma nova queda de braço entre estatal e governo sobre a necessidade de elevar os preços da gasolina e do óleo diesel.

O governo vem segurando o aumento do preço temendo um impacto na inflação, ainda mais em ano eleitoral. Por outro lado, a Petrobras vem sofrendo prejuízos devido à disparidade entre o preço dos combustíveis no mercado local e no externo. Ao importar gasolina, por exemplo, a estatal a vende por um preço cerca de 10% menor no país do que o que foi pago no exterior. No caso do óleo diesel, especialistas calculam uma defasagem na casa de 16%.

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(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

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