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Mantega se reúne com analistas para falar da meta fiscal

O ministro participou de encontro em São Paulo, em que sua presença não estava prevista; segundo os economistas, ele adotou um diálogo 'franco' e 'tranquilo', numa tentativa de se aproximar do mercado

Por Da Redação
25 fev 2014, 10h09

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, esteve reunido na segunda-feira com economistas de várias instituições financeiras, em São Paulo, onde falou sobre a meta de superávit primário deste ano, de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), que consiste na economia para o pagamento dos juros da dívida. O encontro é um esforço do governo para reforçar sua avaliação com o mercado financeiro de que a política fiscal será apertada.

Apesar da participação de Mantega no encontro, o nome do ministro não constava na agenda divulgada pelo Ministério da Fazenda na manhã de segunda, que trazia apenas o nome do secretário de Política Econômica, Márcio Holland de Brito, na reunião com economistas-chefe das instituições financeiras. Segundo os participantes, o ministro teve um diálogo “franco” e “tranquilo” com os doze executivos presentes, em um encontro que durou pouco mais de 1h30.

O evento acontece poucos dias depois de o governo ter anunciado o contingenciamento orçamentário de 44 bilhões de reais para o ano, junto da meta fiscal para 2014, na quinta-feira. Pela primeira vez nos últimos anos, os números anunciados não foram motivo de piada. Apesar de ver como crível a meta de 1,9%, o mercado ainda se mantém cético quanto ao comprometimento do governo fazer as economias prometidas.

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A reunião, segundo as fontes, obedeceu à seguinte dinâmica: o ministro abriu a palavra para os economistas de instituições financeiras se pronunciarem e, depois, respondeu aos questionamentos de forma “serena” e “cordial”. Ele disse ainda que é perfeitamente viável para o governo cumprir a meta de 1,9% do superávit primário.

Uma das perguntas levantadas foi por que o governo não considerou uma despesa maior para custos de energia para este ano, que são estimados em 9 bilhões de reais. Há especialistas que consideram que tais despesas poderão ser o dobro do previsto, 18 bilhões de reais. Segundo o ministro, é melhor esperar a conclusão do período de chuvas para verificar quanto efetivamente será necessário gastar nessa área, que pode ser menor do que o esperado hoje pelo mercado.

Combustíveis – Também perguntado sobre o eventual represamento de preços de combustíveis pela Petrobras, o ministro manifestou que a estatal já vem realizando elevações periódicas da gasolina e do diesel nos últimos anos a fim de dar continuidade à política de convergência dos preços nacionais aos patamares internacionais. Segundo os participantes, ele não deu nenhuma indicação clara se vai ocorrer um novo aumento de combustíveis pela Petrobras em 2014.

“A impressão que passou é que o governo está muito decidido a entregar uma meta de 1,9% do PIB do superávit primário”, comentou uma fonte. “Este resultado fiscal mais forte que no ano passado vai ser muito importante para que a agência Standard & Poor�’s (S&P), que em março enviará especialistas para avaliar indicadores econômicos do Brasil, adie uma eventual intenção de rebaixamento da nota soberana do país no curto prazo”, afirmou. A S&P vai realizar encontros com pessoas do governo, mas também vai se reunir com analistas de mercado para fazer sua avaliação sobre o país.

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O ministro fez também questão de deixar claro que o cumprimento da meta de superávit primário terá a colaboração de Estados e municípios, que terão contribuição de 0,35% do PIB no resultado final.

Dívidas – Mantega também afirmou na reunião que o governo trabalhará fortemente para que não seja alterada a forma de indexação das dívidas de Estados e municípios. Segundo uma outra fonte, o ministro manifestou que a boa recepção de investidores no Brasil e no exterior da política de ajuste fiscal anunciada na quinta-feira estimulará o governo para que adote no curto prazo mais medidas para melhorar a confiança do mercado.

(com Estadão Conteúdo)

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