Mantega disse que as previsões do Banco Central são mais precisas em relação à inflação. Quanto a previsão de inflação do BC de 4,7% para o próximo ano, Mantega afirmou que o valor parece razoável
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que a crise econômica mundial reduz em 0,5% a 1% o crescimento do país neste ano. Se não fosse isso, a economia brasileira teria condições de crescer entre 4% e 4,5%. Portanto, para esse ano, a estimativa da Fazenda é de algo em torno de 3% e 3,5%. O BC prevê crescimento este ano de 3%. “É uma possibilidade. Mas acho que a gente cresce um pouco mais”, ressaltou o ministro. Para 2012, a estimativa é entre 4,5% e 5%.
Apesar de o BC prever um uma expansão de 3% da economia para o fechamento de 2012, a previsão da autoridade monetária não considera modificações na taxa de juros e do câmbio, destacou Mantega. “Eles são menos precisos em função de variáveis como taxa de câmbio e juros”, disse. “Significa que se tiver mudanças nos juros e no câmbio, a taxa de crescimento não será essa”. “Nossa previsão é diferente. Estamos com um cenário diferente”, contou destacando que espera uma queda nos juros e uma taxa de câmbio mais favorável no próximo ano.
Inflação – Mantega disse que as previsões do Banco Central são mais precisas em relação à inflação. Quanto a previsão de inflação do BC de 4,7% para o próximo ano, Mantega afirmou que o valor parece razoável. Para esse ano, o ministro disse que o teto da meta, de 6,5%, não será superado. “Acredito que não vou receber a carta”, disse. Pelo regime de metas de inflação, se o BC não conseguir fechar o ano com dentro do teto estabelecido (6,56% neste ano), deve encaminhar ao ministério da Fazenda os motivos para o não cumprimento.
“Não acho que deve chegar a isso de jeito nenhum (6,56%). Estamos acompanhando a inflação diária e está rodando hoje em 0,37%”, explicou o ministro. Em dezembro do ano passado, a inflação estava por volta de 0,69%.
Emprego – Mesmo com a desaceleração do ritmo de contratações neste ano, Mantega disse que a geração do emprego foi muito boa e que “se melhorar, estraga”. Ele acrescentou ainda que se o desempenho do emprego fosse igual ao verificado em 2010, faltaria mão de obra.
Para ele, “a população brasileira nunca esteve tão bem servida de emprego”. “Dois mil e doze vai ser melhor do que 2011”, frisou. “A população pode confiar que vai ter emprego”, acrescentou. O ministro destacou ainda que normalmente nos meses de dezembro existe um número maior de demissões por conta da contratação de temporários.
Mantega comentou ainda a taxa de desemprego do IBGE, que chegou a 5,2% em dezembro – a menor da série histórica. “Talvez seja o melhor atributo de um país”. Isso porque, países como Estados Unidos e os europeus estão convivendo com elevadas taxas de desemprego. Para Mantega, “2011” foi excepcional na geração de empregos.
(Com Agência Estado)