Mantega nega demissões no BB e na Previ
Ministro refere-se à confusão política nas instituições como 'crise de fofocas'
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff tenha pedido a demissão do presidente da Previ, Ricardo Flores, e do vice-presidente de governo do Banco do Brasil, Ricardo Oliveira. Flores está envolvido em disputa com o presidente do BB, Ademir Bendine. Oliveira, ligado a Bendine, é, segundo fontes, suspeito de alimentar a briga.
O conflito motivou a abertura de sindicância para apurar o vazamento de dados bancários do ex-vice-presidente da área internacional do BB, Allan Toledo – ligado a Flores. O número 1 da Previ estaria articulando para colocar um aliado na chefia do BB, já que Bendini está próximo da aposentadoria.
Mantega classificou os problemas no banco como “crise fofocas” e afirmou que as duas instituições estão funcionando perfeitamente, sem nenhum conflito. “Fica uma situação difícil, pois ninguém assume a responsabilidade pelas fofocas. E essa situação, se não acabar, pode prejudicar a atuação das instituições”, disse o ministro, em entrevista coletiva para anunciar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Demissão – No início da semana, parlamentares petistas tentavam manter Flores, próximo à ala paulista do partido e ao PMDB, no cargo. No início da tarde desta quarta-feira, no entanto, alguns já admitiam que ele seria afastado por ordem do Planalto. “Mas não deve ser o único”, disse uma fonte do partido, indicando que o PT estaria exigindo também a saída de Oliveira.
Com a disputa, a definição de negócios importantes tem ficado em segundo plano. “Está tudo parado. Essa confusão paralisa”, disse uma fonte próxima à Previ à Reuters. No BB, reuniões do alto comando têm sido quase diárias para discutir o assunto, revelou uma fonte ligada ao banco.
(Com agência Reuters)