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Mantega diz que medidas de estímulo são de longo prazo

Segundo ministro, governo estuda a desoneração da folha de pagamentos em inúmeros setores da indústria

Por Keila Cândido
4 jul 2012, 11h37

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu nesta quarta-feira, durante o Seminário Econômico Fiesp-Lide em São Paulo, as críticas direcionadas à equipe econômica após os últimos resultados sobre o crescimento da economia brasileira. Na última terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma queda de 0,9% na produção industrial de maio, na comparação com abril. O governo está sendo criticado por ter tomado medidas setoriais de curto prazo, que não surtem efeito no desempenho total da indústria.

“Não é verdade que estamos fazendo medidas setoriais de curto prazo. Estamos tomando medidas de longo prazo”, refutou o ministro, que afirmou que o governo pode estudar também medidas de desoneração da folha de pagamentos para outros setores, além dos que já foram beneficiados.

Mantega defendeu as medidas tomadas desde o segundo semestre do ano passado e disse que o governo está mudando a politica monetária, fiscal e cambial para tornar a indústria mais competitiva no futuro – mas que essas mudanças só surtirão efeito nos próximos anos. “Estamos fazendo políticas estruturais, mas ainda temos um longo caminho para redução do custo financeiro em relação a outros países”, disse, referindo-se à necessidade de redução do ‘spread’ bancário (diferença entre os custos de captação e as taxas de empréstimo) para aumentar o capital no setor produtivo.

No encontro, os empresários cobraram mais eficiência do setor público e afirmaram que, para melhorar a produtividade, serão necessárias reformas estruturais que contemplem a redução da carga tributária e a simplificação da cobrança de impostos em um único tributo. No curto prazo, os empresários pediram a redução o preço da energia, e maior prazo para pagamento de impostos. Já Mantega, rebateu as alfinetadas dos empresários afirmando que o setor privado precisa ter mais ousadia para investir – e o setor financeiro tem que liberar mais crédito.

De acordo com ele, a política monetária passa por uma das suas maiores transformações. A taxa de juros está no nível mais baixo da história e a taxa de juros real, também, disse o ministro. Além disso, continuou Mantega, “estamos num processo de redução dos ‘spreads’ bancários. A curva dos ‘spreads’ está atingido seu menor patamar”.

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Mesmo assim, essa queda não é suficiente, de acordo com o ministro Mantega, para quem o ‘spread’ bancário tem de cair mais, tanto para a pessoa física quanto para a pessoa jurídica. “Aproveito que estou do lado do presidente do Banco Itaú (Roberto Setúbal) para dizer que temos de reduzir mais os ‘spreads’ bancários”, provocou o ministro.

Segundo Mantega, as reduções de juros e ‘spreads’ bancários vão estimular os investimentos em papéis ligados ao setor produtivo, o que acabará alavancando investimentos de longo prazo na economia. “Se você quiser fazer uma aplicação em CDI, por exemplo, pode fazer, mas terá maior rendimento se fizer aplicação em debêntures de uma empresa produtiva”, disse.

Petrobras – O ministro garantiu que a Petrobras irá investir 83 bilhões de reais este ano. Segundo ele, será o segundo maior investimento de uma petroleira no mundo, atrás apenas da chinesa Sinopec. “Eu posso dizer isso porque sou o presidente do Conselho da Petrobras”, disse Mantega.

Educação – Mantega também citou o PNE (Plano Nacional de Educação) que pretende elevar os gastos do governo com educação para o equivalente a 10% do PIB. Para Mantega, o investimento máximo não deveria passar de 7% do PIB. Segundo o ministro, se feito de forma intempestiva, esse aumento pode “quebrar” o país. “Não podemos permitir que despesas como essas ameacem a estabilidade fiscal do estado brasileiro”, disse.

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Mantega criticou ainda os pleitos salariais dos servidores do judiciário, que pedem reajuste superior a 50%. “Nossa folha é de 200 bilhões de reais e temos de ter cuidado. Não podemos brincar em momentos de crise”, disse.

Câmbio – Sobre o câmbio, Mantega disse que o governo vai trabalhar para que fique em 2 reais. Segundo o ministro, o real vai continuar desvalorizado. “Se fizermos uma pesquisa aqui na Fiesp, aposto que 99% de aprovação à politica cambial que o governo está fazendo. Os 1% restantes são pessoas que foram ao banheiro e não responderam à pesquisa.”

O ministro ainda reafirmou a perspectiva de crescimento para o PIB do segundo semestre – entre 3,5% a 4%. “O PIB de 2012 pode ser comparado ao de 2009, quando as coisas começaram a melhorar fortemente no segundo semestre,” disse. Para 2013, a previsão é de que de o PIB chegue a 4%.

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