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Mantega critica o FMI e os países europeus

Por Nicholas Kamm
20 abr 2012, 14h35

O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, faz críticas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), aos conselhos de seus dirigentes e à representação dos países europeus na instituição em um discurso que teve o texto antecipado nesta sexta-feira.

A direção e os especialistas do Fundo “insistem em dar conselhos que ninguém solicitou” sobre os controles dos fluxos de capital que o Brasil pratica, critica Mantega no discurso previsto para este sábado no Comitê Financeiro Internacional do FMI e que foi publicado no site da instituição.

Os membros do Fundo ainda não completaram o processo de redistribuição de poder a partir das novas cotas acordadas em 2010, o que está prejudicando os países emergentes e deixa em dúvida a credibilidade do FMI, ataca Mantega.

“A resistência que alguns países estão demonstrando no momento de acatar os acordos a que chegamos (…) é profundamente prejudicial para esta instituição e para a própria credibilidade destes países”.

Mantega não menciona no discurso para o Comitê (que define as orientações políticas do FMI) as negociações para aumentar o capital do Fundo, como deseja a diretora geral Christine Lagarde, um debate que centraliza a reunião semestral do FMI em Washington.

O Brasil se recusa até o momento a comprometer-se com um valor para aumentar este capital e exige, como outros países emergentes, que os países europeus, afetados por uma crise, ofereçam mais soluções a seus problemas.

No duro discurso, Mantega retoma os argumentos que fizeram do Brasil um dos membros mais importantes do G20, o grupo de países ricos e emergentes.

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“O FMI tem dado um forte respaldo às políticas monetárias em países avançados, incluindo as recentes medidas adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE)”.

“Mas tem sido mais resistente a apoiar as medidas defensivas que algumas economias emergentes se veem obrigadas a adotar em resposta ao impacto destas políticas”.

O FMI aceitou pela primeira vez, no ano passado, que os controles de capital possam ser uma solução para a instabilidade que geram, e o Brasil tem toda a intenção de seguir aplicando suas políticas de defesa do real, acrescentou.

O Fundo aceitou uma reavaliação das cotas e da representação em seus órgãos de direção após a crise de 2008 e das contribuições extraordinárias feitas pelos países membros, recorda Mantega.

As reformas deveriam, a princípio, ser aplicadas até o fim do ano, e o tempo está acabando, advertiu Mantega.

Representando outros oito países da região, como a Colômbia e Equador, Mantega critica detalhadamente em seu discurso o peso de alguns países no Fundo.

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A crise financeira de 2008 colocou o peso da recuperação econômica nos ombros dos países emergentes e é hora de prestar contas, disse Mantega.

“Não devemos reinventar a roda. O relativo peso (das economias mundiais) é medido melhor em porcentagem no Produto Interior Bruto (PIB) mundial”, disse.

A cota calculada para o Brasil é equivalente à da Holanda e inferior à da Espanha, criticou Mantega.

A Espanha conseguiu um modesto aumento de sua cota no Fundo depois das discussões de 2010.

“A cota da Espanha, por incrível que pareça, é maior que a soma total das cotas de todos os 44 países da África Subsaariana”, explicou.

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