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Mantega convoca indústria para ‘pedir’ mais investimentos

Ministro disse ainda que dólar no patamar atual é "confortável" para alguns setores da indústria, como o automobilístico

Por Naiara Infante Bertão
16 ago 2013, 13h52

Diante da falta de interesse do setor privado em aderir a muitos dos projetos de concessão de infraestrutura anunciados pelo governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, concluiu nesta sexta-feira uma discreta ofensiva com o objetivo de convencer o setor privado a tomar parte nos investimentos. O ministro participou de uma reunião com representantes do setor industrial na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. Ao longo da semana, Mantega também se reuniu com banqueiros, como Aldemir Bendine, do Banco do Brasil, André Esteves, do BTG Pactual, e Jesús Zabalza, do Santander.

Em entrevista à imprensa após o encontro com empresários, o ministro afirmou que a confiança da indústria se recupera, situação que se reflete na melhora dos dados de produção industrial de junho. O indicador calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou alta de 1,9%. O ministro disse, contudo, que será preciso mais esforços do setor privado para que o crescimento do país acelere. Mantega disse que a desaceleração do crédito do setor privado foi um dos entraves para o fraco crescimento econômico no primeiro trimestre. “A melhora da confiança empresarial é fundamental para estimular os investimentos empresariais no segundo trimestre”, disse.

Mantega reiterou que a estratégia do governo continua sendo a de tentar melhorar a atratividade dos leilões de infraestrutura para o setor privado. “Queremos dar a possibilidade de rentabilidade melhor, já que melhoramos o sistema de financiamento”, disse.

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Mantega insistiu no discurso de que o pessimismo do mercado não corresponde à realidade do país. Segundo ele, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) mostrará melhora no segundo semestre. “A economia brasileira está indo razoavelmente bem e não há fundamento para certas análises pessimistas vistas por aí”, afirmou o ministro. Segundo Mantega, a crise econômica internacional não foi ainda superada, mas há perspectivas de melhora para o segundo semestre, com Europa e Estados Unidos crescendo a um ritmo mais acelerado.

O ministro não fez comentários sobre a deterioração das contas públicas. Otimista, disse que o desempenho econômico e fiscal do Brasil é “bom” e que não há razão para rebaixamento da nota de crédito do país. Em junho, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s revisou para o campo negativo a perspectiva para a nota do Brasil, dando a entender que há a possibilidade de rebaixamento. A deterioração fiscal é a principal premissa usada pela S&P para a mudança do status.

Disparada do dólar – Sobre o câmbio, Mantega se mostrou confiante de que a cotação da moeda americana não chegará a 2,70 reais no final do ano, como preveem alguns economistas. Segundo o ministro, a partir do momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começar a reduzir os estímulos à economia americana, a volatilidade do dólar deverá diminuir e o câmbio deverá se estabilizar. O ministro disse que a cotação atual da moeda americana (bateu 2,36 reais nesta sexta-feira) é “confortável” para alguns setores da indústria, como o automobilístico. O ministro afirmou que as exportações do setor aumentaram 20% no primeiro semestre, impulsionadas pela queda livre do real.

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Mantega disse, no entanto, que o Banco Central está preparado para atuar no mercado cambial para conter a volatilidade, não só por meio do leilão de contratos de dólar no mercado futuro (a chamada swap cambial), mas também por meio da utilização das reservas internacionais, que estão em 372 bilhões de dólares. “Temos muitas armas para lidar com o excesso de volatilidade do câmbio. As intervenções necessárias serão feitas”, afirmou.

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