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Mais imposto sobre capital externo é possível, diz Meirelles

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirma que está em aberto a possibilidade de aumento da taxação do capital estrangeiro

Por Da Redação
28 set 2010, 17h26

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não quis usar a palavra “guerra cambial” – expressão cunhada nesta segunda-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega – para definir os desequilíbrios atuais do mercado internacional de moedas, mas classificou que existe um “problema cambial muito sério que precisa ser resolvido”. No caso da apreciação do real, ele afirmou que está em aberto a possibilidade de aumento do imposto sobre capital estrangeiro. Segundo Meirelles, o ministro Mantega já afirmou que isso é sempre algo que pode ocorrer. “O governo brasileiro nunca descartou (o aumento do IOF)”, afirmou.

Meirelles acredita que a questão do câmbio precisa ser debatida pelo G-20 e que o Brasil não pode pagar o preço pelos desequilíbrios, já que a apreciação do real pode prejudicar a competitividade nacional. Para ele, não se pode usar a expressão “guerra cambial” porque a situação entre os países difere – uns apresentam problemas internos, daí a desvalorização cambial, enquanto outros estão com ações para combater a apreciação das divisas.

A afirmação de que existe uma “guerra cambial” global, feita ontem pelo ministro da Fazenda, é a manchete do Financial Times e atrai a atenção da mídia estrangeira, presente na entrevista coletiva de Meirelles desta terça-feira, em Londres. “Nós dois (ele e Mantega) argumentamos que o câmbio é um problema muito sério e que o Brasil não pode pagar o preço”, disse o presidente do BC.

Intenções – O governo tem dado repetidas demonstrações de que está preocupado com a valorização do real. Recentemente, o Ministério da Fazenda e o Banco Central decidiram realizar ‘leilões-surpresa’ de dólar em um mesmo dia. Além disso, os recursos do Fundo Soberano do Brasil poderão ser usados nessa estratégia. A idéia, novamente, é enxugar a oferta de moeda norte-americana no mercado, forçando a sua valorização.

De acordo com analistas, a intenção de conter a apreciação da moeda brasileira ganhou mais força quando outros países começaram a dar sinais de que também adotariam medidas para segurar a valorização de suas moedas ante o dólar. Um exemplo disso foi dado pelo Japão no último dia 15, quando ocorreu pesada ação no mercado cambial, com a venda de ienes em troca de dólares. Foi a primeira intervenção desde março de 2004.

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Os planos do governo federal para tentar segurar a queda do dólar podem trazer conseqüências diretas ao consumidor. Em primeiro lugar, explicam os economistas, o dólar em baixa é favorável ao cenário de inflação. Isso porque os produtos importados ficam mais baratos, intensificando a concorrência no mercado interno. Ademais, a cotação da moeda norte-americana é uma das componentes do cálculo de um importante indicador de inflação: o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que reajusta, por exemplo, os aluguéis.

Um segundo impacto é que o dólar depreciado tem facilitado as viagens internacionais. Além de este mês ser de baixa temporada, boa parte dos custos da indústria de turismo e das companhias aéreas é dolarizada. Logo, a queda desta moeda tem permitido baratear os preços.

Investimentos atrelados à moeda americana não são recomendados para quem está apenas em busca de retorno. A explicação reside justamente na tendência estrutural de desvalorização. Contudo, para quem tem dívida em dólar ou quer assegurar um valor para viagens, trata-se de uma estratégia recomendável. Mesmo assim, como a tendência é de continuidade desta queda, é possível que o investidor tenha prejuízo no final.

(com Agência Estado)

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