Por Leila Coimbra e Jeb Blount
RIO DE JANEIRO, 17 Mai (Reuters) – A Maersk Line, companhia líder de transporte marítimo de contêineres, vai aumentar em 30 por cento os preços do frete para todas as rotas na América Latina, em função dos custos elevados dos combustíveis, do aço, de terminais e de contêineres, disse um alto executivo da companhia.
O presidente da empresa na América Latina, Robbert Jan Van Trooijen, afirmou que os preços dos combustíveis subiram 250 por cento nos últimos cinco anos enquanto as tarifas praticadas pela Maersk Line caíram mais de 10 por cento no mesmo período.
“A indústria como um todo está perdendo dinheiro, assim como o retorno ficou abaixo do custo de capital por cinco anos”, explicou o executivo.
A Maersk Line obteve prejuízos nos últimos dois trimestres consecutivos por conta do excesso de capacidade nas rotas comerciais que levou as tarifas de frete para níveis insustentavelmente baixos.
O negócio da contêineres do grupo Maersk teve prejuízo de 2,88 bilhões de coroas em 2011, e o grupo prevê maiores perdas neste ano em consequência do excesso da capacidade.
“Nossa principal meta é garantir que os clientes continuem desfrutando da mesma qualidade dos serviços que nos tornou a companhia líder mundial de transporte marítimo de contêineres, mas o modelo de negócios também precisa fazer sentido para a empresa”, disse.
“Com o aumento dos preços, estamos focados em fortalecer as rotas existentes e garantir uma base saudável para continuarmos os investimentos na região.”
INVESTIMENTO
Segundo Trooijen, a América Latina tem importância crucial para a Maersk.
O grupo, que mundialmente atua também na área de portos, logística e petróleo, além de indústria naval e transporte marítimo, está investindo 8,3 bilhões de dólares na região, dos quais 6,9 bilhões serão aplicados no Brasil.
Deste total, cerca de 3 bilhões de dólares estão destinados exploração de óleo e gás e aquisições no Brasil, afirmou ele, sem dar detalhes – Trooijen está mais ligado ao setor de transporte de contêineres na empresa.
A companhia investiu 1,26 bilhão de dólares no FPSO (tipo de plataforma de petróleo flutuante) Maersk Peregrino, na bacia de Campos; e 450 milhões de dólares no seu terminal no Porto de Santos, que fica pronto no próximo ano.
Além disso, a empresa comprou e 16 novos navios SAMMAX (South America Max), para atuar na costa brasileira, por 2,2 bilhões de dólares.