Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Maduro aperta cerco ao comércio e congela preços de aluguéis

Presidente da Venezuela chama empresários de "capitalistas parasitas" que tentam sabotar a economia do país

Por Da Redação
29 nov 2013, 21h23

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que a partir de sábado a fiscalização sobre as empresas suspeitas de manipular preços ficará ainda mais rigorosa. Maduro afirmou que a política de ‘linha dura’ com lojistas faz parte de uma agressiva “ofensiva econômica” pré-eleitoral contra a inflação em seu país, a mais alta de todo o continente americano – e que beira os 55% ao ano. “Não estamos brincando. Estamos defendendo os direitos da maioria, sua liberdade econômica”, disse o presidente nesta sexta-feira, alegando que irregularidades de preço foram encontradas em quase todas as 1.705 empresas inspecionadas pelo governo desde o começo do mês.

Maduro, herdeiro político do caudilho Hugo Chávez, iniciou neste mês uma teatral onda de fiscalizações – muitas vezes com transmissão pela TV – para forçar as empresas a reduzirem preços. Ele alega que “parasitas capitalistas” estão tentando sabotar a economia venezuelana.

Nesta sexta-feira, o discípulo chavista também baixou um decreto que impõe um teto aos aluguéis comerciais a algo em torno de 40 dólares por metro quadrado. A intenção é reduzir os custos dos comerciantes e, consequentemente, os preços de produtos no país. O documento também proíbe o pagamento de aluguel em moeda estrangeira.

Leia também:

Nicolás Maduro confisca até o espírito de Natal

Sobe para 50 o número de presos por aumento de preços na Venezuela

Continua após a publicidade

Preços de eletrodomésticos despencam na Venezuela

Baseando-se em estudos de caráter duvidoso, o governo alega que milhares de lojas vêm praticando reajustes de preço irregulares, com até 1000% de margem sobre os custos dos produtos. Maduro afirmou ainda que mais de 100 comerciantes foram presos durante o período de fiscalização.

Cartilha bolivariana – Nos seis meses em que está no poder, Maduro seguiu a cartilha bolivariana e, em vez de reconhecer a falência do sistema econômico, atribui os problemas a “guerra econômica” tramada por inimigos externos.

Entre 2002 e 2012 foram expropriadas 1.168 empresas – a maioria venezuelanas. Os últimos dados do Banco Central da Venezuela, de julho, mostraram que a escassez de alimentos fabricados por empresas estatais dobrou entre 2007 e 2013. A falta de azeite, açúcar, farinha de trigo e farinha de milho atingiu os patamares de 78%, 67%, 63% e 62%, respectivamente. Há seis anos esses níveis estavam em 53%, 25%, 14% e 5%, o que evidencia a piora dos últimos anos.

O El Universal destaca ainda que tal realidade – redução do parque industrial e, consequentemente, da capacidade de produção – transformou a Venezuela em um país que precisa importar 70% de seu consumo.

Continua após a publicidade

Leia ainda:

Governo da Venezuela ocupa rede de lojas Daka

Venezuela confisca duas plataformas de petróleo

Natal – O comércio do país, diferentemente de outros anos, não se preocupa este ano com enfeites e ainda não decidiu se estenderá o horário de funcionamento em dezembro, como é de praxe. Os comerciantes, segundo o El Universal, estão mais preocupados em receber a visita do comando militar de fiscalização do que felizes com o período de altas vendas que se aproxima. Há inúmeras restrições sobre importação e comercialização de produtos.

Além de as lojas de telefonia do City Market, centro comercial da capital, terem sido fechadas, as lojas de roupas, calçados, eletrodomésticos e eletrônicos estão com pouco estoque e mostruário. A compra de produtos por pessoa também está sendo controlada.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.