Lucro da Ambev sobe 9,4% no 1º trimestre
Resultado líquido, de R$ 2,6 bilhões, foi impulsionado pelo aumento de 21,1% do faturamento com cervejas no país
O lucro líquido da Ambev subiu 9,4% no primeiro trimestre de 2014, para 2,597 bilhões de reais, ante igual período do ano passado. O resultado foi impulsionado pelo forte aumento da receita com cervejas no Brasil, com o clima mais favorável. A empresa também alertou que vai investir menos este ano, após o governo elevar os impostos para o setor.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da maior empresa de bebidas da América Latina também registrou alta de 11,6% na comparação anual, para 4,044 bilhões de reais. Estimativa média de analistas, no entanto, apontavam lucro líquido de 2,8 bilhões de reais e Ebitda de 4,2 bilhões de reais.
A Ambev afirmou que o primeiro trimestre foi “um bom começo para 2014”. A companhia chamou a atenção para o desempenho de cervejas no Brasil, seu principal mercado, depois de a categoria ter mostrado fraco desempenho no ano passado, com redução do volume vendido. O faturamento com cervejas no país avançou 21,1% sobre um ano antes, para 4,994 bilhões de reais, puxado pelo aumento de 10,9% no volume e de 9,2% na receita por hectolitro (100 litros). Segundo a empresa, o resultado deve-se à “execução sólida e condições climáticas favoráveis durante o verão e o Carnaval, combinados a uma base de comparação mais baixa do ano anterior”.
No consolidado de suas operações, a Ambev teve receita líquida de 9,045 bilhões de reais entre janeiro e março, ou seja, alta de 15,5% ante o mesmo período do ano anterior.
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Investimentos – A Ambev informou ainda que revisou sua projeção de investimentos no Brasil para menos de 2,8 bilhões de reais em 2014, abaixo do valor divulgado anteriormente e do valor investido no ano passado.
A redução da previsão de investimentos ocorreu após o governo federal elevar impostos do setor. A Receita Federal ajustou na tabela de tributação sobre bebidas frias, com impacto médio de 2,25% no preço de cervejas, refrigerantes, energéticos, isotônicos e refrescos. A mudança, que valerá a partir de 1º de junho, veio na sequência da elevação dos impostos sobre bebidas frias divulgada no início de abril, com atualização no redutor que define a tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do PIS/Cofins.
“Dada a decisão do governo federal em aumentar os impostos em junho e o respectivo impacto nos preços ao consumidor à medida que implementamos os ajustes de preços correspondentes, esperamos um efeito negativo para os volumes da indústria”, disse a Ambev nesta quarta-feira. Antes do anúncio do último reajuste tributário, entretanto, a companhia chegou a afirmar que não alteraria o preço das cervejas até o término da Copa, em 13 de julho.
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(com agência Reuters)