Lobão diz que governo não mudará planejamento energético
Ministro volta a dizer que não haverá desabastecimento e adianta que há a possibilidade de algumas térmicas serem desligadas mais cedo
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta terça-feira que o governo está seguro de que não há risco de racionamento de energia – e que não vai promover mudanças em seu planejamento para o setor elétrico diante de temores causados pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.
Questionado se o governo poderá lançar políticas para reforçar o parque de termelétricas, Lobão respondeu que nada mudará. “A situação atual é meramente conjuntural. Podemos transmitir a garantia de que não haverá desabastecimento. Essa era ficou para trás há mais de 10 anos”, completou, referindo-se ao racionamento de energia enfrentado pelo país entre 2001 e 2002, no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso.
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No fim do ano passado, o governo mandou acionar as usinas termelétricas para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas, que na virada de dezembro para janeiro estavam no pior nível em 10 anos.
Segundo Lobão, as termelétricas que estão acionadas permanecerão funcionando “pelo tempo que for necessário”. Porém, o ministro disse que, com a volta das chuvas, já é possível imaginar que as térmicas poderão começar a ser desligadas entre abril e maio. “Os reservatórios já começam a melhorar seu nível, com as chuvas intensas que estão caindo no Brasil inteiro. Mas há uma certa demora no preenchimento pelo fato de que as principais nascentes se encontram no Planalto Central e em Minas Gerais”, disse.
Nível de reservatórios aumenta – As chuvas dos últimos dias estão ajudando a recompor os níveis dos lagos das hidrelétricas, mas a capacidade de armazenamento ainda não permite desligar as térmicas. Mesmo assim, o governo tem apostado na ajuda de São Pedro para suprir a falta de planejamento energético cujos resultados atingem o país atualmente.
Os reservatórios de hidrelétricas da região Nordeste tiveram leve recuperação de domingo para segunda-feira, subindo de 29,33% para 29,62%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No Sudeste/Centro-Oeste, o nível de armazenamento nas represas avançou de 29,83% para 30,43%.
Lobão voltou a garantir que não faltará gás natural nem para as indústrias e nem para as termelétricas, e confirmou que a usina de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, de 640 megawatts (MW), começará a gerar energia até o fim deste mês, mas não a plena carga.
O país está, atualmente, com cerca de 11,8 mil megawatts médios sendo gerados em usinas termelétricas, o equivalente a cerca de 20% da carga total.
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(com Reuters)