Líderes no Congresso veem pouca chance de Previdência ser votada este ano
Eunício Oliveira e Eduardo Bolsonaro acreditam que não há tempo hábil para aprovar reforma ainda em 2018
Líderes no Congresso indicaram nesta terça-feira que a reforma da Previdência não sairá neste ano, conforme seria o desejo do presidente Michel Temer e de seu sucessor, Jair Bolsonaro. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), pouco antes de sessão solene em comemoração dos 30 anos da Constituição, afirmou que “a reforma tem que ser encaminhada pelo presidente eleito, traduzindo o sentimento das ruas”.
Os congressistas atuais têm pouco mais de um mês e meio de mandato até que o novo Parlamento assuma. A reforma precisa ser tramitada por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional. Isso significa que três quintos da Câmara e do Senado devem aprová-la, em dois turnos. Para que seja aprovada diretamente, não podem haver mudanças no texto entre uma Casa e outra. Além disso, a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro precisaria ser suspensa.
Segundo Eunício, seria preciso paciência para que ela fosse aprovada sem parecer uma colcha de retalhos. Embora atual presidente do Senado, o político do Ceará não estará presente no Congresso na próxima legislatura. Ele não conseguiu se reeleger.
Outro que se posicionou de forma contrária à aprovação é o filho do presidente eleito, deputado Eduardo Bolsonaro, e líder do PSL na Câmara. Segundo ele, é difícil votar a proposta ainda este ano devido ao tempo.
Bolsonaro, no entanto, já declarou que gostaria de ver, ao menos parte, da reforma aprovada neste ano. Seria “um grande passo”, de acordo com o presidente eleito.