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Líder na greve de 2018 diz que Bolsonaro faz ‘chacota’ de caminhoneiros

Wallace Landim, o Chorão, cobra 'atitude' do presidente na questão dos combustíveis e critíca transferência de responsabilidade sobre reajuste no diesel

Por Felipe Mendes Atualizado em 29 set 2021, 19h42 - Publicado em 29 set 2021, 17h03

Uma das principais lideranças da greve dos caminhoneiros em 2018, Wallace Landim, mais conhecido como Chorão, pede a união da categoria diante do novo reajuste, que entrou em vigor nesta quarta-feira, 29, sobre o diesel por parte da Petrobras. À frente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores, a Abrava, Chorão disse que a entidade não descarta a convocação de novas manifestações nas rodovias brasileiras em busca de uma solução por parte do governo federal e diz que o presidente Jair Bolsonaro faz “chacota” da situação e não apresenta alternativas para a categoria.

“Nós estamos analisando. Uma paralisação não está descartada. Já estamos no limite. A gente tem um presidente que faz chacota, que diz que não é mágico, que não tem o que ver, que a culpa é dos governadores. É, claramente, uma transferência de responsabilidade, que pode ser muito prejudicial”, diz Chorão. “O presidente da Câmara, Arthur Lira, é quem está tomando a iniciativa de discutir com líderes de partidos para reduzir o preço do combustível. Essa é a atitude que nós esperávamos do presidente da República, que é o nosso líder, o chefe da nação. O presidente precisa parar de fazer campanha para 2022 e chamar a responsabilidade para si.” Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados pode votar um projeto prevê a incidência por uma única vez do ICMS sobre combustíveis, inclusive importados.

A Abrava diz que não pretende agir de forma isolada. Caso opte por endossar uma nova greve dos caminhoneiros, a associação pretende que a ação seja avalizada, inclusive, por outros setores. “Eu não acho justo os caminhoneiros levantarem essa bandeira sozinhos. Minha sugestão é que façam todos que estão sofrendo. Estamos fazendo esse trabalho de trazer outros segmentos para a mesa de discussão”, diz Chorão. “A Abrava vai participar de alguma audiência pública em relação aos preços dos combustíveis. A categoria está no limite. Não procuro trabalhar em termos de paralisação como uma forma de ameaça, de troca. Essa alternativa deve ser endossada por toda a categoria e não está descartada”.

Fora isso, o temor entre os caminhoneiros é que o reajuste impacte profundamente a margem sobre o preço do frete. Por isso, Chorão pede que a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT, faça o reparo na tabela de frete. Por lei, a agência deve reajustar a tabela a cada seis meses ou quando a variação do preço do diesel for igual ou superior a 10%, quando é acionado o mecanismo de gatilho. Desde a última atualização do piso pelo gatilho, em 3 de março, o preço do óleo diesel acumula alta de 17,1%. “A gente precisa que o governo faça a parte dele, que a agência publique a nova planilha de custo mínimo, que faça a verificação”, diz Chorão.

Após o feriado de 7 de setembro, grupos de caminhoneiros organizaram um ato de paralisação em apoio à destituição de ministros do Superior Tribunal Federal, o STF, e ao voto impresso nas próximas eleições. A escalada das tensões com o Judiciário naufragou quando o próprio presidente Bolsonaro pediu a liberação das rodovias. Uma nova manifestação terá o poder de paralisar a economia, que já apresenta sinais de desaceleração para 2022. Em sua defesa, o presidente da República acusa governadores de inflarem os preços dos combustíveis por meio de reajustes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, análise não referendada pelos especialistas. Nos últimos dias, alguns estados anunciaram a redução no valor cobrado.

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