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Líder dos caminhoneiros diz que Bolsonaro é mentiroso e não descarta greve

Para o deputado Nereu Crispim (PSD-RS), anúncio de privatização da Petrobras é 'cortina de fumaça'; ele alerta para 'possibilidade de paralisação'

Por Felipe Mendes 14 Maio 2022, 15h26

Presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS) não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos últimos repasses da Petrobras ao preço do óleo diesel e ressaltou que há possibilidade de paralisação da categoria nas próximas semanas. Em entrevista a VEJA, ele disse que o anúncio de privatização da petrolífera é uma “cortina de fumaça” para encobrir as promessas referentes à classe que não foram cumpridas por Bolsonaro. “Isso é mais uma cortina de fumaça para justificar a falta de vontade, incompetência e mentira do Bolsonaro em relação ao que ele se comprometeu lá em 2018 quando teve a paralisação dos caminhoneiros”, diz Crispim. “É só para ganhar tempo.”

Crispim afirma que Bolsonaro praticou um “teatro” ao exonerar o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após o anúncio de novos reajustes nos valores praticados pela companhia em suas refinarias. Agora as atenções se voltam ao presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho. Indicado por Albuquerque, Ferreira Coelho assumiu a companhia há um mês e pode ser trocado na próxima assembleia de acionistas da companhia. “Os ministros e presidentes da Petrobras são, na verdade, fantoches, que fazem exatamente o que o Bolsonaro e o [ministro da Economia] Paulo Guedes projetam de políticas de preços para a Petrobras. A cada aumento de preço, ele arruma um fantoche para fazer de ‘boi de piranha’. Como ele não poderia responsabilizar o presidente da Petrobras neste momento, resolveu responsabilizar o ministro Bento, mesmo que esse tenha cumprido com as determinações do Bolsonaro em um cabresto”, diz o parlamentar.

Para ele, Bolsonaro “joga para a torcida” ao dizer que não pode fazer nada em relação à política de preços praticadas pela empresa. “Ele vai continuar com esse ‘teatro’ até as eleições, dizendo que não tem como fazer nada, mas a Petrobras é uma empresa pública, controlada pelo governo. Ele é quem escolhe o presidente, o ministro, o presidente do conselho… O único responsável por permanecer com essa política de preço é ele, que está beneficiando somente os grandes investidores da empresa na bolsa e os banqueiros já abastados”, afirma Crispim, que complementa dizendo que não há tempo hábil para a aprovação da privatização da companhia via Congresso este ano.

Em 11 de março, a Frente Parlamentar que representa a categoria entrou com uma ação civil pública pedindo para suspender liminarmente o aumento dos combustíveis, afirmando atentado à ordem econômica e aos direitos fundamentais do consumidor. Naquele momento, a Justiça determinou que a Petrobras e Advocacia-Geral da União (AGU) respondessem os motivos para a alta dos preços. Fora isso, há um processo aberto no Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, para investigar os preços praticados pela empresa. “Encaminhamos esse assunto há alguns meses ao Cade, que abriu um procedimento de investigação, mas que ainda está sob sigilo”, disserta.

Segundo Crispim, a categoria pode promover uma paralisação no país se os valores do óleo diesel continuarem subindo no país. “Há realmente uma possibilidade de paralisação. Não é que a categoria dos caminhoneiros queira parar, mas pode parar exatamente por não ter mais condições de repassar esses reajustes para seus clientes e contratantes. Há relatos de caminhoneiros que saíram do Sul para Sudeste e Nordeste que não conseguem retornar para seus locais de partida”, diz ele. “A coisa realmente se tornou insustentável, até porque o governo e a própria Petrobras não demonstram nenhum movimento de que esses reajustes serão suspensos. Então, pode haver, sim, um movimento de paralisação em alguns lugares.”

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