Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Líder dos caminhoneiros descarta greve: ‘nesse momento não dá’

Chorão, diz que categoria não pararia em meio a disparada de inflação e casos de Covid; Ele cita decepção com governo e conversa com outros presidenciáveis

Por Luisa Purchio Atualizado em 13 jan 2022, 19h56 - Publicado em 12 jan 2022, 15h26

O ano de 2021 não foi nada bom para os caminhoneiros. Após reuniões frustradas com o governo na tentativa de frear a alta dos preços do combustível, os empresários do setor de transporte enfrentaram uma alta de 46,04%do diesel e, a partir desta quarta-feira, a Petrobras sobe 8% o combustível na refinaria. Apesar da notícia amarga logo no começo de 2022 e do peso da inflação, os caminhoneiros não devem fazer novo movimento grevista, é o que diz Wallace Landim, mais conhecido como Chorão, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA) e líder da paralisação em 2018.

“Nesse momento não dá, isso mataria a população. Todo mundo está sofrendo com a alta dos preços e novas gripes. Os caminhoneiros têm responsabilidade”, afirma, em entrevista a VEJA. No ano passado, a categoria chegou a articular uma paralisação em 1º de novembro, justamente contra o preço dos combustíveis, mas recuou após o governo conseguir diversas liminares que proibiam o bloqueio de estradas.

A greve de dez dias realizada há quatro anos teve repercussões importantes nos rumos da eleição presidencial, tanto que boa parte da categoria apoiou o então candidato a presidência. Chorão, entretanto, não esconde sua decepção com o presidente. “Hoje acumulamos uma experiência muito melhor que em 2018, quando estávamos vindo da maior paralisação da história. A gente acreditou em Bolsonaro, candidato voltado para a direita e de uma linha conservadora que falava muito sobre Deus, mas na prática nada aconteceu”, diz ele. “Votei no Bolsonaro, mas não voto mais. Ele já deixou claro que não está disposto e não vai fazer nada para a classe trabalhadora.”

O caminhoneiro, que lidera uma associação com 35 mil motoristas filiados, afirma que a categoria tem conversado com outros presidenciáveis. Segundo ele, já foram realizadas conversas com Ciro Gomes (PDT) e há expectativa de sentar e conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Segio Moro (Podemos), nos próximos meses. Chorão avalia, entretanto, que a classe está muito dividida sobre as eleições, “mas a maioria com quem conversamos, que votaram no presidente, deixaram muito claro o mesmo posicionamento que o nosso, que não votaria no presidente”.

Continua após a publicidade

Insatisfação

As críticas da Abrava ao governo vão desde os preços da Petrobas,  que  não prioriza “políticas públicas que permitam preços menores para a população brasileira” até recém sancionado projeto da BR do Mar,  que Chorão classifica como “um jogo de cartas marcadas que entregou nossa matriz para os estrangeiros e prejudicou a linha marítima brasileira”.

“Além de vermos o governo entregando a matriz ferroviária para os estrangeiros, a questão da troca de frota pelo BNDES e o cartão caminhoneiro não saíram do papel. Recentemente, colocaram a questão do ‘MEI caminhoneiro’, mas ele não atende a categoria porque tem como teto um faturamento de 251 mil reais e o caminhoneiro passa disso”, diz Chorão, lembrando que os principais problemas são os custos enfrentados pelos empresários. “Temos ainda a lei do piso mínimo de frete que define o custo mínimo operacional, que está parada no Supremo com a ADI (ação direta de inconstitucionalidade). Ou seja, nada do que foi proposto para os caminhoneiros saiu do papel, só balão apagado”, diz ele.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.