Leilão do trem-bala fracassa
Consórcios não apresentaram propostas e a abertura dos envelopes, que estava marcada para 29 de julho, terá de ser cancelada
O prazo para entrega dos envelopes com lances para o leilão do trem-bala – projeto que prevê a ligação ferroviária entre Campinas e Rio de Janeiro, passando por São Paulo – encerrou às 14 horas sem que nenhum consórcio apresentasse propostas. A informação é da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Com isso, a abertura dos documentos, que estava marcada para 29 de julho, terá de ser cancelada.
O recebimento das propostas estava marcado para esta segunda-feira. Desde as 9 da manhã, havia muita expectativa no prédio da BMF&Bovespa, em São Paulo – local para onde seriam encaminhados os envelopes. O governo federal acreditava que pelo menos um consórcio participaria, o que acabou não acontecendo.
Desinteresse – O desinteresse das empresas não chega a ser surpresa. No início de julho, o governo federal recebeu dois pedidos formais do setor privado por um adiamento da licitação – da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) e do chamado consórcio coreano, tido como o principal interessado na obra.
Os empresários, que pediam maior prazo para analisar o projeto e formar consórcios, apontavam que o custo previsto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para tocar o empreendimento, de 33 bilhões de reais, era irreal. Nos cálculos das companhias, a despesa total poderia ser 20 bilhões de reais superior.
Na quarta-feira passada, mais um obstáculo surgiu no horizonte. O TCU pediu mudanças no edital do empreendimento.
Na última sexta-feira, contudo, o governo recusou-se a postergar, mais uma vez, o recebimento das propostas.
O leilão do trem-bala – obra que está no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — deveria ter ocorrido em dezembro, mas a licitação foi adiada para abril e, em seguida, para julho.