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Leilão de energia surpreende, mas não elimina problemas

Certame atendeu 62% da necessidade de contratação de eletricidade – governo esperava índice de 50%. Mas preço deve seguir alto com nível baixo de represas

Por Da Redação
30 abr 2014, 11h36

O leilão de energia A-0, realizado nesta quarta-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), atendeu cerca de 62% da necessidade de contratação de eletricidade das distribuidoras, segundo cálculos da agência Reuters feitos a partir do resultado do certame. O resultado superou as expectativas do governo. Na terça-feira, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que o leilão já seria um sucesso se atendesse a 50% da necessidade das distribuidoras de energia.

O leilão tinha como objetivo diminuir o percentual de eletricidade comprado pelas empresas no mercado livre (também chamado de mercado de curto prazo ou mercado à vista), ao qual as elétricas precisam recorrer quando não possuem contratos com as geradoras. Nesse caso, para garantir o abastecimento, elas negociam a eletricidade a preços maiores, o que acarreta custos repassados ao consumidor.

Quanto maior a contratação no leilão, menor a necessidade de o governo encontrar formas de cobrir os gastos das distribuidoras com a aquisição de energia no curto prazo. No fim da semana passada, a CCEE assinou contrato de um empréstimo de 11,2 bilhões de reais com bancos para ajudar as distribuidoras a arcarem com o custo mais elevado da energia de curto prazo.

Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, com os dados atualizados de descontratação, a exposição das distribuidoras após o leilão “é pequena”, e isso faz com que o “dia seja de comemoração” pelo setor elétrico.

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As distribuidoras, descontratadas em mais de 3.300 megawatts médios de energia, contrataram no leilão 2.046 megawatts médios, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Com isso reduz-se parte do problema de falta de energia no mercado cativo, mas isso não deve colocar fim a todos os problemas das distribuidoras de energia do país. O preço da eletricidade deve continuar elevado, diante do baixo nível de água das represas de hidrelétricas, especialmente na maior região geradora, o Sudeste/Centro-Oeste.

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O tradicional período de fortes chuvas no Brasil termina no final de abril e a expectativa é de que os preços da energia continuem altos no curto prazo, já que as represas de hidrelétricas não se recuperaram após um período marcado por pluviosidade reduzida este ano.

No último leilão feito pela Aneel, no segundo semestre do ano passado, muitas distribuidoras ficaram sem contratos de energia com as geradoras devido ao baixo preço fixado pelo governo (de 100 reais o megawatt/hora – MWH). Como o preço médio no mercado livre estava mais alto, muitas geradoras desistiram de participar do leilão para vender a um preço mais atrativo no curto prazo. A chamada “descontratação” fez com que muitas distribuidoras tivessem de apelar para o mercado livre para suprir a demanda dos consumidores de alta e baixa tensão (residências e empresas). Mas, com a severa estiagem, os preços neste mercado explodiram para acima de 800 reais o megawatt. Com isso, as elétricas se viram obrigadas a desembolsar quantias bilionárias para garantir o fornecimento de energia – e agora terão de ser recompensadas pelo governo.

(com agência Reuters)

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