Leilão de energia de reserva não tem lances por térmicas movidas a biomassa
Certame contratará energia das fontes solar, eólica e biomassa de resíduos sólidos para ser entregue a partir de outubro de 2017

O leilão de energia de reserva, realizado nesta sexta-feira, não teve nenhum lance para venda de energia de termelétricas a biomassa de resíduos sólidos, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Assim, o leilão continua em andamento para a venda de energia solar e eólica.
O objetivo inicial do leilão era contratar energia das fontes solar, eólica e biomassa de resíduos sólidos para ser entregue a partir de outubro de 2017. Ao separar as fontes geradoras, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quer praticar preços mais condizentes. Para a energia solar, o preço máximo do megawatt-hora (MWh) é de 262 reais; para eólica, de 144 reais por MWh; e para termelétricas a biomassa de resíduos sólidos, de 169 reais por MWh.
Vencem o leilão os empreendedores que oferecerem os maiores descontos (deságio) em relação aos preços máximos permitidos. O resultado de venda de energia por cada fonte será divulgado apenas ao final de todo o certame.
Leia também:
Só ‘dilúvio’ traz alívio ao sistema elétrico em 2015, dizem especialistas
Custo de energia ameaça sete grandes empresas no NE
Para evitar panes, térmicas cortam produção
A energia eólica é a fonte com o maior número de empreendimentos cadastrados para participação com 15,3 gigawatts (GW) de 626 usinas. Em segundo lugar, está a energia solar com 10,8 GW de 400 projetos. As térmicas a biomassa de resíduos ou gás de aterro totalizam 151 MW de 8 projetos cadastrados.
O leilão está sendo acompanhado com atenção pelo mercado de energia solar, pois pode marcar o início da efetiva entrada da fonte na matriz elétrica brasileira. A expectativa é contratar 500 MW de energia solar no certame. Mesmo assim, não são esperados grandes deságios, já que a alta do dólar e as incertezas quanto ao fornecimento de equipamentos local tendem a deixar alguns investidores mais cautelosos em seus lances.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) até definiu condições de financiamento para a fonte solar, mas, por exigirem porcentuais de conteúdo nacional, alguns empreendedores buscam financiamentos de outros bancos. A indústria nacional de equipamentos e serviços ainda é muito pequena. O Brasil possui apenas um fabricante de módulos solares – os fabricantes internacionais aguardam o resultado do leilão para definir se instalarão fábricas no país.
Leia ainda:
Tarifa de luz já subiu 17,63% e pode ficar maior até fim do ano
Preço de energia dispara no mercado de curto prazo
Entre algumas empresas com projetos cadastrados para o leilão estão AES Tietê, CPFL Renováveis, Alupar, Enel Green Power, Energisa, Renova Energia. Grandes fabricantes internacionais de módulos solares e desenvolvedores de projetos já instaladas no país, como a norte-americana SunEdison, também cadastraram projetos para o leilão.
(Com agência Reuters)