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Kodak entra com pedido de concordata nos Estados Unidos

Companhia fotográfica solicitou quebra para reorganizar seus negócios

Por Da Redação
19 jan 2012, 05h21

A centenária companhia fotográfica Kodak apresentou perante um tribunal de Nova York um pedido de concordata para reorganizar seus negócios, informou a própria empresa nesta quinta-feira. Fundada em 1888 e com sede em Rochester (Nova York), a Kodak dedicou a maior parte de seus investimentos durante os últimos anos à área digital e a materiais de alta tecnologia, responsáveis por 75% de sua receita em 2011, e enfrentava inúmeros problemas financeiros nos últimos tempos.

Precisando de 1 bilhão de dólares para continuar operando, a empresa não conseguiu o capital necessário para financiar sua recuperação a longo prazo. O Conselho de Administração, liderado pelo espanhol Antonio Pérez, acredita que esta solicitação é um passo necessário para garantir o futuro da empresa. A companhia comunicou que firmou um acordo de crédito com o Citigroup para um aporte de 950 milhões de dólares, a devolver em 18 meses, o que permitirá aumentar sua liquidez. Após o pedido de concordata, porém, esta linha de crédito estará sujeita a aprovação judicial.

Apostas erradas – A empresa luta há décadas para lidar com a concorrência emergente no segmento fotográfico, acentuada pelo surgimento da tecnologia digital. Porém, sua cartada final – uma tentativa de se transformar em uma empresa que vende impressoras – revelou-se algo demasiadamente caro em meio às vendas em declínio do filme fotográfico e às caras obrigações pagas aos funcionários aposentados.

Com a concordata, crescem as Incertezas sobre o destino dos cerca de 19 mil funcionários da companhia. A operação também representa riscos para os aposentados da Kodak, dando margens à possibilidade de a empresa tentar fugir de suas obrigações sobre as pensões e a assistência médica dos trabalhadores perante o Tribunal.

No entanto, em seu comunicado, a Kodak assinalou que, apesar da falência, tem capacidade suficiente para gerir seus negócios e prestar serviços a seus clientes. A empresa espera pagar dívidas e salários a seus funcionários e dar continuidade a programas de relacionamento com clientes. Por outro lado, as filiais fora dos Estados Unidos não estão sujeitas a estes procedimentos e cumprirão todas as obrigações com seus provedores.

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A quebra da companhia já era esperada pelo mercado, e os rumores sobre esta possibilidade fizeram as ações da sociedade caírem até 30% no último dia 4, chegando a valer 0,46 dólar, de modo que nos últimos 12 meses acumulou desvalorização de 91,53%. Ontem, as ações de sociedade fecharam a 0,55 dólar, com uma recuperação de 3,77%.

Dificuldades de adaptação – A Kodak é mais um exemplo de uma grande empresa em dificuldades que não conseguiu mudar seu modelo de negócios para acompanhar os avanços tecnológicos. Outras são a Polaroid, que entrou com o pedido de recuperação judicial em 2008; o grupo de livrarias Borders; e a locadora de filmes Blockbuster – ambas em 2010.

O fundador da empresa, George Eastman, também foi o inventor do filme fotográfico em rolo. Sua criação serviu de base para a gravação da imagem em movimento – que se tornaria, mais tarde, o cinema. Em 1932, aos 77 anos, Eastman cometeu suicídio, após padecer durante dois anos de uma doença degenerativa. Deixou apenas uma nota: “Meu trabalho está feito. Por que esperar?”.

(Com Agência Estado e EFE)

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