Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Justiça mantém bloqueio da conta de ex-presidente do Panamericano

Já os advogados de defesa do executivo Rafael Palladino pedem o desbloqueio dos bens alegando que a medida ultrapassa os requisitos legais

Por Da Redação
7 jun 2011, 13h13

A Justiça Federal manteve o sequestro de ativos financeiros do ex-presidente do Banco Panamericano, Rafael Palladino. Em sentença de sete páginas, o juiz Douglas Camarinha Gonzales, da 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo, não autorizou o levantamento do bloqueio, em vigor há seis meses. “Há indícios de que as participações e prêmios recebidos pelo requerente (Palladino) foram superdimensionados, tal como a contabilidade do Panamericano, de sorte que subsiste a assertiva para manter a constrição judicial em seu desfavor”, decidiu Camarinha. Ele destacou que o confisco não atinge bens imóveis. “A medida não é desproporcional.”

O bloqueio foi requerido em dezembro pela Polícia Federal no inquérito sobre operações do Panamericano que teriam violado a Lei nº 7.492/86 (que trata de crimes contra o sistema financeiro). Na ocasião, a Justiça acolheu o pedido da Polícia Federal para assegurar eventual ressarcimento a pessoas físicas e jurídicas lesadas, impedir a ocultação de recursos supostamente desviados e evitar perigo à ordem econômica pela circulação de bens tidos por ilícitos.

Em recurso, a defesa pediu o fim do sequestro que recaiu sobre a conta bancária de Paladino, contendo aplicações financeiras no Panamericano. Ela sustentou que o executivo nunca teve conhecimento de fraudes na contabilidade do banco. A Procuradoria da República manifestou-se pela improcedência do pedido, alegando que a remuneração de Paladino “adveio de participações do resultado do banco, cuja contabilidade fora forjada para apontar lucros inexistentes”.

O juiz Douglas Camarinha assinala que as investigações da PF revelam “significativos indícios de autoria e materialidade” de gestão temerária, indução de investidor em erro, inserção de elemento falso em demonstrativos contábeis e gestão fraudulenta. Há suspeitas, inclusive, de lavagem de dinheiro.

Defesa – A advogada Elizabeth Queijo, que defende Palladino, disse que já interpôs recurso contra a sentença. “É uma decisão equivocada”, observou. A apelação foi protocolada no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3). “Estamos nos insurgindo (contra a sentença) porque toda medida cautelar processual penal de caráter patrimonial tem requisitos próprios que, na nossa avaliação, não foram observados.”

Continua após a publicidade

Elizabeth assevera que o sequestro foi ordenado “no início de uma investigação sem efetivos indícios de que aquilo que foi bloqueado tenha proveniência ilícita”. Ela disse que não concorda com a “forma como houve a decretação (do bloqueio)”. Segundo a advogada, a medida extrapolou os requisitos legais. “O sequestro veio na esteira de uma suspeita de desvio de valores da instituição”, afirma.

Fraude – Desde setembro de 2010, o Panamericano – que, por anos, foi o negócio mais rentável do grupo capitaneado por Silvio Santos – passou a ocupar as páginas dos jornais. A notícia que deu início ao escândalo foi a descoberta, realizada pelo Banco Central, de um rombo de 2,5 bilhões de reais gerado por operações fraudulentas. Em novembro, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) concordou em emprestar este mesmo valor ao empresário, que chegou a colocar o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) como garantia para a dívida. Rafael Paladino, cunhado do apresentador, era presidente do banco ao longo de todo o período de fraudes. Com isso, tornou-se o principal suspeito de ter liderado os desvios – o que acarretou no congelamento de seus bens. Mais tarde, novos indícios passaram a apontar um prejuízo ainda maior, que teria atingido 4 bilhões de reais. A partir disso, o BC exigiu a troca do controlador da instituição. O BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, mostrou-se interessado e conseguiu concretizar a compra em janeiro deste ano.

O comprador – Em um ano e meio, o BTG Pactual fez doze grandes aquisições em diferentes setores no país, com destaque para áreas hospitalar e farmacêutica. O banco – líder no Brasil em operações de emissão de ações quanto em fusões e aquisições – recebeu no ano passado um aporte de 1,8 bilhão de dólares de fundos soberanos da China e de Cingapura. Hoje, o patrimônio do Grupo BTG Pactual é de aproximadamente 7,3 bilhões de reais e o do Banco BTG Pactual, de 5,6 bilhões de reais.

(Com Agência Estado)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.