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Juros recuam ao consumidor, mas inadimplência resiste–BC

Por Da Redação
25 abr 2012, 14h00

Por Luciana Otoni

BRASÍLIA, 25 Abr (Reuters) – Os esforços do governo para reduzir as taxas de juros aos consumidores finais, usando os bancos públicos, estão surtindo efeito, mas a taxa de inadimplência ainda resiste e se mantém elevada.

Dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira mostraram que, após redução de 0,9 ponto percentual na taxa média de juros em março frente a fevereiro -atingindo 37,3 por cento-, houve novo recuo em abril no dado parcial até o dia 12, para 36,7 por cento.

No entanto, mesmo diante desse movimento, a taxa de inadimplência geral se mantém em nível elevado e, segundo o próprio BC, não deve arrefecer tão cedo. Em março, ela ficou em 5,7 por cento, com ligeira queda de 0,1 ponto percentual na comparação com fevereiro.

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“Há uma perspectiva de acomodação e reversão a médio prazo, mas isso não significa que haverá redução contínua da inadimplência. A inadimplência nesse patamar é algo que merece atenção”, comentou o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.

O governo entrou em “guerra” para reduzir os juros aos consumidores finais e, para isso, colocou em campo os bancos públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. As duas instituições, no início de abril, anunciaram reduções nas taxas de juros, movimento que foi acompanhado por parte dos concorrentes privados.

O BC também tem colaborado e reduzido sistematicamente desde agosto do ano passado a taxa básica de juros, hoje em 9 por cento ao ano. A último movimento foi dado na semana passada, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic em 0,75 ponto percentual, deixando a porta aberta para novas reduções.

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Ainda segundo dados do BC, o spread bancário -diferença entre a taxa de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada aos clientes finais- ficou em 28 pontos percentuais em marco, 0,5 ponto percentual inferior à de fevereiro. Em abril, o movimento continuava, com o spread a 27,5 pontos percentuais.

“Não é só a inadimplência que influencia o comportamento dos spreads e das taxas de juros. O custo de captação, no ciclo de política monetária em que nos encontramos, também favorece a redução da taxa de juros para o tomador”, disse Maciel.

RIGOR NOS EMPRÉSTIMOS

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Em consequência da permanência da inadimplência em nível elevado e da necessidade de aumento das provisões para cobertura de riscos, o BC detectou posicionamento mais rigoroso dos bancos na oferta de crédito.

“O posicionamento mais seletivo dos bancos com maior rigor na concessão de crédito, que tem sido relatada pelos bancos desde o início do segundo semestre do ano passado, tem se revertido em maior qualidade do crédito”, avaliou Maciel.

Os dados do BC mostram que nos últimos 12 meses terminados em março, as instituições financeiras elevaram as provisões em 21,2 por cento.

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Apesar dessa seletividade, o técnico do BC destacou que os financiamentos habitacionais e o crédito consignado continuam a se expandir em bases expressivas: foram 2,9 e 1,1 por cento em março frente a fevereiro, respectivamente.

CRÉDITO TOTAL

Diante do cenário de juros mais em conta, o crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil subiu 1,7 por cento em março, chegando a 49,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ou 2,07 trilhões de reais. Para o BC, essa relação fechará 2012 em 51 por cento, com a previsão de expansão de 15 por cento no estoque de crédito no país.

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O movimento foi puxado pelas operações com pessoas jurídicas, que ficaram 2,8 por cento maiores frente a fevereiro.

No crédito direcionado o aumento veio dos financiamentos habitacionais, que cresceram 2,9 por cento no mês passado, e empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que subiram 2,4 por cento no período.

Especificamente entre pessoas físicas, os empréstimos aumentaram 1,1 por cento em março. O destaque ficou para os financiamentos de veículos, que aceleraram no mês passado, com alta de 0,7 por cento, maior que o acréscimo de 0,4 por cento em fevereiro.

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