Juros das dívidas de Itália e Espanha atingem máxima histórica
Taxas chegaram a 6%, no maior patamar desde a criação do euro, em 1997
Os juros dos títulos da dívida da Itália e da Espanha alcançaram máxima histórica (desde a criação do euro, em 1997), nesta segunda feira. Tais juros configuram o custo cobrado pelo mercado para rolar o pagamento da dívida soberana dos países. A explosão das taxas, que chegaram a 6% para ambos os países, coloca em risco a capacidade de ambos honrarem suas obrigações financeiras.
Segundo o jornal britânico Financial Times, os fundos de investimento americanos são responsáveis por parte dessa movimentação, pois eles têm, ao longo dos últimos dias, negociado contratos de derivativos apostando contra os títulos italianos.
Incertezas se acentuam – Após declarações antagônicas entre o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e seu Ministro das Finanças, Giulio Tremonti, que mostram desacordo no seio do poder político da Itália, cresceram as incertezas sobre a capacidade da economia italiana em superar a crise. O cenário se agrava com a possibilidade de contágio de países como a Espanha e a Bélgica.
Para tentar se antecipar a qualquer surpresa proveniente das agências de classificação de risco, uma reunião de emergência ocorre em Bruxelas na noite desta segunda-feira, e conta com a presença de Herman Van Rompuy e José Manuel Barroso, da Commisão Europeia, Jean-Claude Trichet, do Banco Central Europeu e Olli Rehn, comissário da área econômica da zona do euro. O contágio europeu será um dos principais temas do encontro.