Juros bancários sobem em fevereiro; inadimplência fica estável
O estoque de crédito subiu 0,6%, para R$ 2,733 trilhões, segundo o Banco Central

O spread bancário, diferença entre o custo desembolsado pelos bancos para captar dinheiro e o custo para quem o toma emprestado, saltou de 18,9 pontos porcentuais em janeiro para 19,7 p.p. em fevereiro no segmento de recursos livres, de acordo com o Banco Central. No crédito total, que também abrange o segmento de recursos direcionados (usado apenas para financiamento habitacional, agricultura e repasses do BNDES), o spread subiu 0,4 ponto porcentual, para 12,2 p.p. em fevereiro.
Em paralelo, a taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou fevereiro em 31,5%, superior aos 30,7% em janeiro. Dentro deste segmento, os juros para pessoas físicas subiram 0,4 p.p. ante janeiro e situaram-se em 27,2% em fevereiro, puxados pelas modalidades crédito pessoal não consignado e cheque especial. Nas operações com recursos direcionados, a taxa média de juros recuou 0,5 p.p., situando-se em 7,2%, influenciada pela diminuição dos financiamentos imobiliários. Assim, no crédito total (livre e direcionado), os juros ficaram em média em 20,9%, alta de 0,2 p.p. em relação a janeiro.
A elevação da taxa Selic, referência para juros, é uma das causas da escalada. De abril do ano passado até agora, a Selic saiu da mínima histórica de 7,25% ao ano para 10,75%, com a expectativa de que na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), agendada para semana que vem, haja nova alta de 0,25 ponto porcentual.
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Ainda segundo o relatório de Política Monetária e Operações de Crédito, a inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres ficou em 4,8% em fevereiro, mesmo nível visto em janeiro. O nível de calote entre pessoas físicas e jurídicas permaneceu em 6,5% e 3,3%, respectivamente. No segmento de recursos direcionados, o indicador subiu apenas 0,1 p.p. para 1%. Assim, a média do sistema financeiro (livre e direcionado) foi de 3%, a mesma de janeiro e o menor nível da série histórica iniciada em março de 2011. É considerada inadimplente a operação com atraso de pagamento superior a noventa dias no pagamento.
Por fim, o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,6% em fevereiro ante janeiro, chegando a 2,733 trilhões de reais, ou 55,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que a tendência para 2014 é de crescimento moderado do crédito, com projeção de alta de 13%, ante 14,6% verificado em 2013.
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(com agência Reuters)