Por Dow Jones
Tóquio, 1 – Um dia depois de ordenar uma intervenção massiva no mercado de câmbio, o ministro das Finanças do Japão, Jun Azumi, ameaçou adotar novas medidas. Ele disse que vai tomar “decisões adequadas” no momento certo, caso os especuladores novamente empurrem o iene para uma forte alta, prejudicando os exportadores japoneses.
Azumi também manifestou a esperança de que o mais recente esforço de Tóquio para enfraquecer o iene, com o objetivo de defender o setor exportador, ganhe apoio no exterior, apesar das expectativas do mercado em contrário.
Os traders aguardam os desdobramentos da intervenção nipônica, especialmente se ela irá desencadear qualquer reclamação de nações-chave durante a reunião de cúpula dos líderes do G-20, a partir de quinta-feira, em Cannes, na França. Uma queixa dos EUA ou de países europeus poderia ser um golpe para o Japão, pois tal resposta tende a diminuir os efeitos da intervenção de Tóquio e reforçar os ataques especulativos contra o iene.
“Vou contar (aos representantes do G-20) os fatos como eles são”, disse Azumi, em uma conferência de imprensa. “A ação foi tomada em nosso interesse nacional, e está baseada na sensação de que o iene está muito fora de sintonia com a nossa real economia. O que acontecerá com as empresas japonesas, que têm trabalhado diligentemente, se o iene for tratado como alvo de especulação?”, questionou.
Azumi descreveu como “não saudáveis” as taxas de câmbio que indevidamente afetam os exportadores japoneses, apesar dos esforços dos empresários para combater o impacto da alta do iene. “Acho que todo mundo (no G-20) tem esses pontos de vista”, acrescentou o ministro. Na segunda-feira, o Japão atuou para combater os “excessivos” e “desordenados” movimentos do iene, o que está em consonância com os princípios enunciados nas declarações de câmbio do G-20, completou.
Em sua terceira intervenção no ano, o governo do Japão elevou o dólar em cerca de 4 ienes, para 79,55 ienes, na segunda-feira. Traders estimam que a intervenção tenha envolvido um recorde diário de 7 trilhões de ienes. Desde então, a moeda norte-americana caiu para perto de 78 ienes, o que levou Azumi a emitir um novo alerta.